Crime ocorreu em maio de 2011 após briga por vaga de carro em um estacionamento de prédio na Ponta Verde.
O advogado Antony Silva Sampaio, acusado de tentar matar o empresário Atonio José Acioly Maciel, em maio de 2011, depois de uma briga envolvendo a vaga de carros do condomínio de luxo na Pajuçara, afirmou, durante julgamento que ocorre na tarde desta quarta-feira (25), no Fórum do Barro Duro, que disparou contra o idoso para se defender.
Segundo o réu, que foi arguido pelo juiz Helestron Costa, o empresário “era um homem muito encorpado fisicamente” e que teria partido para cima dele durante a discussão ocorrida ainda no estacionamento do prédio, momentos antes os disparos. “Ele correu pra cima de mim, então disparei e vi que não oferecia mais perigo, então corri e fui embora”, narra ao advogado que ainda afirma: “ele era um Mike Tyson, um gorila albino na época”.
A tese de negativa de autoria é sustenta pela defesa trabalhada pelos advogados Welton Roberto e Raimundo Palmeira. “Vamos trabalhar com o contexto que envolveu a vítima e o acusado ao longo dos anos, as brigas. A acusação vai querer apontar questões do dia do fato, mas existe uma história por trás”, garante Welton Roberto.
Longe de ser um lutador como comparou o réu, a vítima, que na época já tinha mais de 60 anos, também foi ouvida pelo juiz Helestron Costa. O empresário revelou que só não morreu porque “faltaram balas”. “Ele de fato tentou me matar. Só parou de atirar porque não tinha mais bala”, disse.
Antonio José Acioly recebeu oito disparos após a discussão e teve que ficar internado em estado grave em um hospital particular. “Perdi boa parte do intestino e fiquei com uma lesão na perna direita. De vez em quando tenho que tomar remédio pra dormir pois vejo a pistola apontada para mim”, narrou.
A acusação é realizada pelo promotor José Antônio Malta Marques. Malta Marques pede a condenação por tentativa de homicídio duplamente qualificada e por motivo fútil, o que daria em torno de 15 anos de reclusão. “A vítima estava desarmada, ele estava com uma pistola e há ainda a multiplicidade dos disparos. Temos também um agravante que é o crime praticado contra idoso, pois a vítima tinha 65 anos de idade, e dizer que ele era muito mais forte parece piada. A defesa está sem rumo e não há uma explicação razoável para esse episódio”, destacou o assistente de acusação, advogado José Fragoso.
O julgamento segue ainda na noite de hoje e está previsto para acabar por volta das 22h.