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Após constatar falta de estrutura, MPT ajuíza ação para pedir reforma no 1º BPM

Cortesia

Cadeiras quebradas e instalações elétricas precárias no 1º BPM

A Procuradoria do Trabalho, em Maceió, impetrou uma ação civil pública na Justiça do Trabalho para pedir que o Estado de Alagoas adeque o ambiente de trabalho do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), localizado na Avenida Senador Rui Palmeira, no Vergel do Lago.

Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), foi elaborado um laudo pericial, que constatou a precariedade na estrutura do batalhão. Além disso, verificou-se que as munições são armazenadas de forma irregular e não há equipamentos de combate a incêndios disponíveis, dentre outras irregularidades.

Ainda conforme o MPT, as condições de conforto, saúde e segurança no 1º Batalhão da PM não são adequadas. O prédio possui mobiliário precário, podendo gerar doenças ocupacionais; a cobertura externa do local é feita com palha; a instalação elétrica é improvisada, próxima a materiais inflamáveis – como o PVC; e o material explosivo utilizado pelos policiais é armazenado em local sem ventilação.

O laudo elaborado pelo Setor de Perícias do MPT ainda mostra outras irregularidades. As instalações sanitárias estão em desacordo com o dispõe norma regulamentadora, os armários individuais são precários e em número insuficiente, não existe local apropriado para vestiário nem para o consumo das refeições. O fornecimento de água potável é insuficiente e faltam copos de uso individual. Também foram constatadas irregularidades no fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – são fornecidos apenas capacete e colete à prova de balas, mas não são disponibilizados para todos os profissionais.

Durante diversas audiências o MPT tentou solucionar as irregularidades de forma extrajudicial, por meio da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta, mas o Estado de Alagoas se negou a buscar a solução do problema.

Denúncia dos policiais

Cortesia/Arquivo

Em abril deste ano, os colchões utilizados por policiais nos alojamentos eram rasgados

Por anos, a falta de estrutura do 1º BPM tem sido alvo de diversas denúncias por parte das entidades militares e dos próprios policiais lotados na unidade policial. Em abril deste ano, os militares do 1º BPM procuraram o Alagoas 24 Horas para denunciar o ambiente insalubre em que eram obrigados a trabalhar, enviando inclusive fotos do local.

De acordo com os PMs, na época, as instalações elétricas estavam desgastadas, a porta de entrada estava sem vidro, o ventilador era amarrado com uma corda e as cadeiras estavam quebradas. Para completar, o telhado apresentava uma abertura que entrava água durante o período chuvoso e os colchões utilizados nas camas dos alojamentos estavam rasgados.

Pedidos à justiça

O Ministério Público do Trabalho requer que a justiça conceda tutela antecipada e condene o Estado de Alagoas a realizar reforma no 1º Batalhão da PM para retirar depressões nas instalações; realizar a troca imediata da cobertura externa por material resistente ao fogo; implantar instalações elétricas adequadas; adotar medidas de prevenção a incêndios; e assegurar ventilação adequada no local da guarda de munições.

O MPT também pede que o Estado seja obrigado, em caráter imediato, a fornecer mobiliário com requisitos mínimos de conforto; oferecer instalações sanitárias com a devida higienização; oferecer local apropriado para vestiário; oferecer armários individuais em quantidade suficiente; oferecer local adequado para refeições; fornecer água potável em bebedouros de jato inclinado – na proporção de um bebedouro para cada 50 empregados e fornecer EPIs adequados.

Dentre os pedidos, ainda estão a obrigação de implantar o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT); a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Em caso de descumprimento de cada uma das obrigações citadas, o MPT requer que o Estado de Alagoas pague multa de R$ 200 mil. Em caráter definitivo, o Ministério Público do Trabalho pede que o Estado seja condenado a pagar indenização de R$ 1 milhão por danos morais coletivos causados aos trabalhadores. Se pagos, os valores serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou a instituição sem fins lucrativos indicada pelo MPT.

A audiência inicial está designada para amanhã, dia 2 de dezembro de 2015, às 08h05, a ser realizada na 2ª Vara do Trabalho de Maceió. A ação civil pública foi registrada na Justiça do Trabalho sob o número 0001189-32.2015.5.19.0002.​

Cortesia/Arquivo

Em abril, a porta principal do 1º BPM estava sem vidro