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Justiça adia julgamento de ex-PM acusado de matar pai do cantor Geraldo Cardoso

Motivo é o mutirão realizado pela Justiça e que mobiliza magistrados das comarcas do interior. Crime ocorreu há 26 anos atrás.

Ex-policial Manoel Bernardo de Lima Filho (Foto: Alagoas 24 Horas/Arquivo)

Foi adiado para o dia 16 de dezembro o julgamento do ex-policial militar Manoel Bernardo de Lima Filho, acusado de assassinar a tiros o pecuarista José Cardoso de Albuquerque, pai do cantor Geraldo Cardoso, em Palmeira dos Índios. A informação foi dada pelo próprio cantor ao Alagoas 24 Horas na manhã desta quarta-feira (02).

De acordo com o cantor, o motivo para o adiamento é o mutirão realizado pela Justiça que ocorre em Maceió, no prédio de uma faculdade particular, e que mobiliza magistrados das várias comarcas do interior. “Eu nem queria comentar mais esse adiamento porque é tão desgastante, mas nós da família ainda nos sentimos esperançosos de que a justiça finalmente seja feita com a condenação, no próximo dia 16”, lamenta o cantor.

“São 26 anos de espera, de mais um crime que mancha a reputação do estado de Alagoas, tido como lugar de ‘pistoleiro’. O crime ocorreu em 1989, em um tempo em que os grupos de extermínio reinavam por aqui. Os mandantes do crime são o ex-prefeito de Quebrangulo, Frederico Maia, e sua esposa Cleusa que não gostavam do meu pai, justamente por ele não se dobrar a política local”, acusa o cantor.

Assessoria

Geraldo Cardoso

O ex-policial, que iria a júri popular na manhã de hoje, foi preso em 2008, em São Paulo, onde responde também por outros homicídios. Todos os outros acusados de participação no assassinato, como o delegado Ricardo Lessa (outro autor intelectual do crime) e o ex-prefeito, estão mortos.

O pai do cantor foi morto com disparos de metralhadora M16 e revólver calibre 18. O motivo, segundo investigação presidida pela 17ª vara Criminal, teria sido o suposto roubo de gado ocorrido no interior de Alagoas. “Esse ex-policial já matou vereador, ladrão de carga, um monte de gente. Vivia fugido, já foi preso e solto novamente”, relata o cantor.

O julgamento está nas mãos da juíza Luana Freitas. A Acusação é feita pelo promotor Fábio Vasconcelos, que tem também a assistência do advogado Thiago Pinheiro.