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PT define deputados que integrarão comissão do impeachment

Líder disse que partido não fará questão de ocupar presidência ou relatoria. PMDB, que também terá 8 deputados, já definiu cinco nomes para o grupo.

Nathalia Passarinho

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), anuncia os deputados do partido para a comissão do impeachment

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), anunciou nesta segunda-feira (7) os nomes dos deputados do partido que integrarão a comissão especial destinada a dar parecer pela instauração ou não de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os deputados foram escolhidos após reunião de mais de tês horas da bancada do partido.

Farão parte da comissão os deputados: Henrique Fontana (PT-RS), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Sibá Machado (PT-AC), José Guimarães (PT-CE), Paulo Teixeira (PT-SP), Wadih Damous (PT-RJ), José Mentor (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP).
No total, a comissão contará com 65 deputados. Os partidos com maior número de vagas são o PT e o PMDB, cada um com oito representantes.

Ao anunciar os nomes, Sibá Machado disse que o partido tentou selecionar petistas com desenvoltura em diferentes áreas.

“A experiência da bancada é larga e queremos misturar o perfil dos parlamentares com experiência na área jurídica, que já foram presidentes, como Arlindo Chinaglia, que já foram líderes e quem tem experiência com movimentos sociais, porque o debate também será mais político do que técnico”, disse o petista, destacando que os deputados indicados são “homens de confiança” do partido e do governo.

Ele afirmou ainda que o PT pode abrir mão da relatoria ou presidência da comissão especial e deixar o posto para algum partido da base aliada. Como maiores bancadas da Câmara, PMDB e PT têm a prerrogativa de ficar com presidência ou relatoria do colegiado. “O PT não vai fazer questão da relatoria nem da presidência. Vamos negociar entre os partidos da base aliada”, disse.

Sibá Machado também voltou a defender que não haja recesso parlamentar, para acelerar ao máximo a decisão sobre o processo de impeachment. Para ele, o Brasil não “aguenta um quarto golpe”. “O povo não tem nada a ver com essa futrica que o PSDB inventou. Quem pensa sério tem que decidir isso logo. Portanto não pode ter recesso. O que houve é uma grande mentira contra a presidente dizendo que ela cometeu crime e não está escrito isso em lugar nenhum.”

PMDB
Mais cedo, após negociações no fim de semana, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), definiu cinco dos oito nomes que serão indicados pelo partido. Além do próprio Picciani, integrarão o colegiado os deputados Hildo Rocha (PMDB-MA), João Arruda (PMDB-PR), José Priante Junior (PMDB-PA) e Washington Reis (PMDB-RJ).

Os nomes indicados pelos partidos serão confirmados em reunião marcada para as 18h desta segunda. Na terça (8), o colegiado vai eleger presidente e relator.

A partir desse momento, Dilma será notificada e terá prazo de 10 sessões para apresentar uma defesa. Então, a comissão terá outras cinco sessões para votar relatório pela abertura ou não de processo de impeachment. O parecer ainda tem que ser submetido ao plenário e a abertura do processo depende dos votos de 342 dos 513 deputados.

Outras indicações
Das quatro vagas de titular a que tem direito na comissão especial, a bancada do PSB já escolheu três nomes em uma eleição interna: Fernando Coelho Filho (PE), líder do partido na Câmara, e os deputados Danilo Forte (CE) e Tadeu Alencar (PE).

Para a quarta vaga, houve um empate entre três parlamentares: Luiza Erundina (SP), Bebeto (BA) e João Fernando Coutinho (PE), que iriam disputar um segundo turno. Os dois que perderem ficarão como suplentes ao lado de José Stédile (RS) e Paulo Foletto (ES).

Segundo o líder do PSB, a posição na comissão será partidária e todos terão que votar conforme decisão da Executiva da legenda, que se reúne na próxima quarta-feira (9). Coelho Filho não soube dizer se já neste encontro sairá uma decisão, mas adiantou que, atualmente, o sentimento majoritário na bancada é a favor do impeachment e que levará para a Executiva. “Vai ser o que for decidido pelo partido. Todo mundo que vai participar da comissão está muito consciente disso”, afirmou o líder.

A assessoria do PSDB disse que já foram definidos dois dos seis membros – o líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e o deputado Bruno Araújo (PSDB-CE). A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), vai assumir uma vaga pelo partido.

O Solidariedade, partido de oposição, já escolheu seus dois integrantes: o líder do partido, Arthur Maia (BA), e o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), ambos defensores do impeachment. O PSOL escolheu o deputado Ivan Valente (RJ) e anunciou que votará contra a continuidade do processo.

O representante do PMN será o Antônio Jacome (RN). O PPS indicou Alex Manente (SP). O PDT indicou Afonso Motta (PDT-RS) e Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS). Os indicados do PRB são Jhonatan de Jesus (PRB-RR) e Vinicius Carvalho (PRB-SP). Sarney Filho (MA) atuará na comissão pelo PV.

Veja abaixo os deputados já indicados por cada partido para a comissão:
PT
Henrique Fontana (RS)
Arlindo Chinaglia (SP)
Sibá Machado (AC)
José Guimarães (CE)
Paulo Teixeira (SP)
Wadih Damous (RJ)
José Mentor (SP)
Vicente Cândido SP)

PMDB
Leonardo Picciani (RJ)
Hildo Rocha (MA)
João Arruda (PR),
José Priante Junior (PA)
Washington Reis (RJ)

PSB
Fernando Coelho Filho (PE)
Danilo Forte (CE)
Tadeu Alencar (PE)

PR
Maurício Quintella Lessa (AL)
Aelton Freitas (MG)
Marcio Alvino (SP)
Lúcio Vale (PA)

SDD
Arthur Maia (BA)
Paulo Pereira da Silva (SP)

PDT
Afonso Motta (RS)
Dagoberto Nogueira Filho (MS)
PRB
Jhonatan de Jesus (RR)
Vinicius Carvalho (SP)
PSOL
Ivan Valente (RJ)
PMN
Antônio Jacome (RN)

PPS
Alex Manentex (SP)

PV
Sarney Filho (MA)