Após aumento de 150%, servidores decidem se permanecem com o serviço
Uma mudança repentina nas condições oferecidas pelo Ipaseal Saúde, o Instituto de Assistência à Saúde dos servidores do Estado de Alagoas, tem causado revolta aos usuários. O Instituto está convocando os beneficiários para apresentar o novo contrato que reajustar o valor da mensalidade, além mudar o serviço para coparticipação.
Alguns beneficiários procuraram o Alagoas 24 Horas para denunciar que além de ter que arcar com o reajuste, eles terão que pagar 15% dos custos de consultas e exames, no sistema de coparticipação e mais 20% no caso dos beneficiários que desejam agregar o atendimento odontológico ao plano. Muitos servidores também foram surpreendidos ainda pelo corte dos dependentes (filhos maiores de 21 anos).
Para a professora aposentada, Jaci dos Santos Silva, a medida adotada pelo Ipaseal Saúde acarreta prejuízos financeiros aos servidores públicos, uma vez que os beneficiários terão que custear, a partir de agora, as altas mensalidades e as porcentagens sobre os valores dos exames e consultas. “Em outros planos de saúde, o valor da coparticipação é menor que os convencionais. No Ipaseal Saúde é contrário. Eles aumentaram o plano de saúde e ainda cobram por exames e consultas. Eu pagava R$ 615,00 (eu e meu esposo) e agora com a mudança, o valor subiu para R$ 967,00. Isto fora os 15% dos exames e consultas. O aumento foi maior que o reajuste salarial dado pelo Governo de Alagoas, de 5% e ainda dividido. A minha maior preocupação é que meu esposo faz um tratamento chamado oxigenoterapia hiperbárica, que custa caro e não sei se teremos com arcar com os custos. Sinceramente, este aumento do Ipaseal Saúde é um absurdo e vou procurar o Procon para denunciar o caso”, disse a professora.
Outro exemplo do impacto dessas mudanças no Instituto, pode ser observado com o seguinte exemplo: Um servidor que recebe R$ 6 mil pagará R$ 1.348,74 mais R$ 269,75 do plano odontológico, mais 74,99 por dependente, totalizando R$ 1,693,48. Até dezembro deste ano, aqueles que recebiam o salário de R$ 6 mil pagavam R$ 680,00, incluindo dependentes, odontologia e plano de saúde sem coparticipação
Um policial militar, que preferiu ter o nome mantido em sigilo, classifica as mudanças no plano de saúde como arbitrárias. Ele conta que já procurou o Ministério Público Estado para formalizar um termo de representação contra o Ipaseal Saúde. “São várias mudanças em um prazo muito curto e tempo. Quando estive no Ipaseal, vi muita gente nervosa e teve até briga lá dentro. Eles estão praticamente obrigando os idosos a mudar o plano já que alegam que se não fizerem a alteração irão perder o plano de saúde. Muita gente está assinando mas nem sabe do que se trata. Os valores serão descontados em cima de gratificações e vantagens e isto não pode acontecer. É uma arbitrariedade sem tamanho”, desabafou o policial.
Ipaseal Saúde
Em contato com a assessoria do Ipaseal Saúde, a reportagem do Alagoas24Horas foi informada que o plano de saúde passa por uma readequação desde o início do ano e a migração para a modalidade coparticipação irá acontecer até o dia 30 deste mês, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. A convocação para os titulares comparecerem ao prédio do Ipaseal, no Centro, está ocorrendo por correspondências e os beneficiários não são obrigados a aderirem ao novo formato.
A assessoria explicou ainda que as mensalidades estão reajustadas através de uma tabela específica e cada caso é analisado individualmente.
Reação dos Sindicatos
Alguns sindicatos que representam os servidores públicos estaduais já estão se mobilizando contra a nova medida. O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) alerta que a mudança representa um reajuste de 150%.
“Causa estranheza ao Sindpol que o Governo cobre dos seus funcionários um aumento de mais 150% no Plano de Saúde. São milhares de servidores públicos que serão atingidos por uma perversa matemática adotada por esse governo. Isso representa uma imposição arbitrária no sentido de forçar o servidor a sair do Plano, uma vez que os salários dos servidores não são reajustados, e os aumentos são ínfimos sempre abaixo da inflação. Uma família não vai suportar com esse aumento”, alertou o diretor financeiro do Sindpol, Antônio Zacarias.
Nesta sexta-feira, 18, os sindicalistas se reúnem com o presidente do Ipaseal Saúde, Francisco de Assis. A pauta será o valor exorbitante das mensalidades e o plano de coparticipação. O encontro está previsto para as 11 horas na sede do Ipaseal Saúde, no Centro de Maceió.