Caso, registrado no Rio Grande do Norte, aconteceu em julho passado. Secretaria de Saúde de Natal confirmou óbito, mas pediu contraprova.
A Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) confirmou nesta terça-feira (29) a morte de uma auxiliar de enfermagem, de 53 anos, por febre amarela urbana. O caso foi registrado em julho deste ano, mas o resultado do exame que apontou febre amarela saiu na última semana. A notícia da morte foi divulgada na segunda-feira (28) pelo site do “Projeto Colabora”. A febre amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, está erradicada desde 1942 no país.
Os exames que comprovaram a morte por febre amarela foram realizados pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará, e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Na manhã desta terça a SMS informou que vai pedir uma contraprova.
“Não é que estamos contestando o resultado, sabemos que os dois laboratórios são padrão ouro, mas precisamos ampliar a investigação deste caso, porque não há vínculo epidemiológico da febre amarela em Natal”, explicou a chefe do Setor de Vigilância Epidemiológica da SMS, Aline Bezerra.
Segundo ela, a auxiliar de enfermagem Rita de Cassia da Silva Santos não apresentava sintomas de febre amarela e a família da vítima informou que ela não viajou para nenhum lugar com risco de transmissão da doença. “O caso vinha sendo tratado como óbito por dengue, mas o exame deu negativo para dengue”, disse Aline.
A assessoria da SMS informou que é feito um monitoramento semanal do Aedes aegypti em Natal, através de 500 ‘armadilhas’ espalhadas pela capital para colher ovos do mosquito. Após a coleta, é feita uma análise desses ovos para saber quais vírus estão circulando pela cidade. “Em nenhum momento foi identificado o vírus da febre amarela”, informou a SMS.
A Secretaria Estadual de Saúde Público do Rio Grande do Norte (Sesap) está realizando a investigação do caso em conjunto com a SMS. De acordo com a Sesap, uma das hipóteses é que o exame tenha dado positivo, em virtude da paciente ter sido vacinada contra a febre amarela, mesmo há décadas passadas. Está sendo feita uma pesquisa do histórico vacinal da paciente nas unidades de saúde.
A subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap, Cintia Higashi, explicou que “este caso é bastante intrigante por não ter uma relação entre o exame positivo e os achados iniciais da investigação, ou seja, até o momento não há um vínculo epidemiológico, por isso continuamos a trabalhar em conjunto para esclarecer o caso”.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Deve-se levar em conta seu potencial de disseminação em áreas urbanas. A doença é transmitida somente pela picada de mosquitos transmissores infectados.
Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário. Os casos grave devem ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de modo que as complicações sejam controladas e o perigo da morte, eliminado.