Marcos Alberto de Oliveira, de 22 anos, coleciona livros específicos para concursos públicos (Foto: Marcos Alberto/Arquivo Pessoal)
Filho de dona de casa e de um enfermeiro, o servidor Marcos Alberto de Oliveira, de 22 anos, morador do Distrito Federal, coleciona posses em concursos públicos pelo Brasil. O jovem, que já foi nomeado seis vezes, é auditor do Tribunal de Contas da União (TCU). O salário é de R$ 18 mil por mês, pouco menos do que o ganho líquido do governador do DF, Rodrigo Rollemberg.
As aprovações começaram quando tinha 18 anos. Ele conquistou duas vagas no concurso do Banco do Brasil e nos Correios, como escriturário e atendente comercial.
“Tive que me mudar para uma cidade de 6 mil habitantes chamada Bossoroa e trancar a faculdade. Aos 20 anos, passei no Ministério Público da União e na Defensoria Pública do Rio Grande do Sul.”
Oliveira destrancou a matrícula da faculdade e voltou a fazer economia, na região de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Com o objetivo de subir de cargo e de salário, o jovem decidiu prestar concurso para o TCU no ano passado.
“Fiz as contas de quanto tempo levaria para me formar, visto que o cargo de auditor demanda graduação de nível superior, e vi que poderia prestá-lo. Fiz a prova em agosto e passei”, conta.
Em dezembro, Oliveira foi nomeado e se mudou para o Lago Norte, em Brasília. Segundo o jovem, ter motivação, persistência, dedicação e disciplina são os principais “segredos” para conseguir um cargo público.
Vindo de família simples, Oliveira conta que sempre estudou em escolas públicas ou por meio de bolsas integrais em colégios particulares.
“Minha família sempre me apoiou. Ninguém nunca passou em concurso público. Você tem que estudar até passar, nunca desisti. Estudava até 10 horas por dia, sempre com apostilas ou aulas em vídeo. Estudava de manhã, tarde, noite e madrugada”, diz.
servidor público
Segundo o jovem, fazer “milhares” de questões de provas passadas e estudar com material de ponta faz a diferença.
“O mais importante de tudo é querer ser servidor público. Gosto se lembrar que a estabilidade dos concursados é fictícia e que devemos sempre estar prontos para nos adaptarmos às mudanças do país.”
Mesmo tendo alcançado um cargo alto, Oliveira diz que ainda continua estudando para conquistar novas etapas. “Apesar do TCU ser uma das carreiras do topo e ter sido eleita a melhor instituição pública para trabalhar, ainda quero fazer muito mais.”
O jovem também pretende investir em projetos paralelos. Ele quer se tornar um empreendedor e lecionar em universidades. “Acho que não tenho sonhos, considero mais metas. Quero crescer profissionalmente, mudar a realidade à minha volta.”
Oliveira também não pretende adquirir objetos luxuosos ou de marca. “Quero comprar um carro, por exemplo, mas nada vultuoso. Quero talvez comprar uma casa própria e ajudar minha família que continua morando no Sul”, completa.