Elaine Bast, repórter do ‘Jornal Nacional’, descobriu que tinha um câncer de mama após fazer uma reportagem sobre o tema no dia 12 de outubro de 2015.
De acordo com o site ‘Notícias da TV, a jornalista recebeu o resultado positivo da mamografia um dia depois da matéria ter sido exibida.
No resultado do exame, foi constatado que Elaine tinha nódulos malígnos na mama esquerda. “Soube em novembro que precisava retirar a mama esquerda por causa de três tumores descobertos em um check up de rotina. Não tinha nódulos aparentes, não sentia dores, enfim, nada diferente. Soube do resultado exatamente um dia após fazer uma matéria para o Jornal Nacional sobre o assunto… O VT [videotape] era sobre um estudo que falava sobre a importância dos exames preventivos para a detecção precoce do câncer de mama”, disse a jornalista.
Elaine ainda contou que só conseguiu superar o tratamento porque durante a reportagem que fez conheceu uma paciente que acabava de passar pelo mesmo problema.
“A personagem que entrevistei, de apenas 35 anos, havia terminado a quimioterapia quando a encontrei. E foi uma das pessoas que me ajudaram muito psicologicamente nesse processo. Tenho 42 anos, dois filhos pequenos, amamentei, não há histórico na minha família de câncer de mama. Não esperava passar por isso. Tive muita sorte em ter descoberto logo no início. Apesar de todos os avanços da medicina nessa área, a palavra ‘câncer’ dá sempre muito medo. Mas aprendi que ela não é uma sentença de morte”, explicou a jornalista.
Antes de passar pela cirurgia, Elaine decidiu seguir os passos de Angelina Jolie e mesmo não tendo sido diagnosticada com nódulos na mama direita, optou por retirá-la também para evitar um futuro problema. “Retirei toda a mama esquerda e decidi também retirar a direita preventivamente. Não consigo deixar de pensar que realmente tive muita sorte. Não só por ter descoberto no início mas porque pude fazer a reconstrução das mamas na mesma cirurgia. Não precisei ver meu corpo mutilado”, lembra.
A repórter da Globo ainda lembrou da dificuldade que muitas mulheres passam na hora de tentar agendar o exame, que muitas vezes pode salvar uma vida se o câncer for diagnosticado a tempo: “Difícil ler notícias sobre mulheres que morrem porque tiveram diagnóstico tardio desse câncer. Seja porque de tão atarefadas se esquecem delas mesmas e deixam de fazer os exames de rotina, seja porque não conseguem agendar consulta ginecológica no sistema público e realizar os exames. Uma doença que tem chance altíssima de cura se for tratada do início. Graças ao diagnóstico precoce, o câncer não parou a minha vida. Eu continuo a minha história. Depois da cirurgia e do tratamento, volto ao trabalho em meados deste mês.”