O Instituto Fecomércio/AL de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento (IFEPD) realizou, entre os dias 12 e 14 de janeiro, uma pesquisa para avaliar as vendas em Maceió durante o período natalino. O estudo foi desenvolvido com empresas de variados segmentos e portes do comércio de bens de Maceió e, além dos dados relacionados às vendas, traz informações sobre a contratação de trabalhadores temporários no final de ano.
Dentre as empresas entrevistadas, 77,1% disseram que adotaram alguma estratégia de venda para o final de ano, ao contrário de 22,9%. No contexto geral, em comparação com 2014 as vendas foram piores para 41,4%; melhores para 31,5% e iguais para 26,8%. “Apesar de mais de 40% considerarem que houve piora, as vendas de 2015 podem ser consideradas como positivas, pois quando somamos os percentuais de vendas melhores e iguais, chegamos a aproximadamente 60%, o que é um saldo bom em virtude do cenário econômico atual”, avalia Felippe Rocha, assessor econômico da Fecomércio.
E alguns segmentos não têm do que reclamar. Um bom exemplo é a área artigos de confecção (têxtil), pois 100% das empresas entrevistadas disseram que as vendas foram melhores em 2015. O segundo melhor desempenho foi na área de brinquedos, com 60% vendendo mais, enquanto 40% afirmaram ter comercializado o mesmo volume que 2014. As lojas de calçados também ampliaram os números: 51,2% disseram que houve melhora, 12,2% afirmaram ter sido igual. Na área de vestuário, 40% venderam mais, 26,7% consideraram iguais e 33,3% avaliaram como piores.
As lojas de papelaria, de materiais esportivos e de livrarias registraram as maiores quedas de comercialização. Nos três segmentos, 100% dos entrevistados disseram que as vendas foram piores. Os segmentos de pet shops (100% igual a 2014), de artigos para festas (100% igual a 2014) e artigos para presentes (50% igual e 50% pior) também não apresentaram melhoras nas vendas.
Na área de alimentação, 75% das empresas consideraram pior; 12,5% melhor e 12,5% igual. Da mesma forma, 75% das óticas e joalherias avaliaram como pior o desempenho. Porém, para 25% delas o movimento foi melhor que 2014.
Embora a pesquisa de intenção de compras para o Natal divulgada em dezembro tenha sinalizado que a preferência dos consumidores seria pelo pagamento à vista, 73,5% das empresas disseram que a forma mais utilizada foi o cartão de crédito/parcelado. Essa mudança na postura do consumidor reflete a instabilidade da economia com o fechamento de alguns postos de trabalho na capital. “Os consumidores repensaram a forma de pagamento, preferindo adiar o valor integral do produto, optando por pagar dívidas antigas à vista, bem como reservar dinheiro para os tributos de início de ano”, explica o especialista. Mas assim como previsto na pesquisa de dezembro, o valor médio dos gastos com os produtos girou em torno de R$ 100,00 a R$ 500,00.
Temporários
Entre outubro e dezembro de 2015, 46% das empresas do comércio varejista de Maceió contrataram funcionários temporários, enquanto 54% que não o fizeram.
“Considerando a queda nas vendas ao longo do ano, conformo o IBGE, e a redução da Intenção do Consumo das Famílias, os últimos dois meses de 2015 apresentaram leve recuperação das vendas e do consumo, com aumento do endividamento das famílias e, principalmente, do uso dos cartões de crédito. Por isso, os dados sobre a contratação de temporários projetaram-se melhores do que o esperado”, avalia Felippe.
Quando questionados sobre o motivo da não contratação, os empresários apontaram como alguns dos fatores a baixa demanda (26,5%) em seus segmentos e a não necessidade de ampliar a equipe de trabalho (11,5%). Já entre as contratações, as empresas que demandaram temporários foram dos segmentos de vestuário (59,3%), de calçados (73,2%), de artigos para presentes (50%), de papelaria (100%) e de artigos para confecção (100%). “Devemos ressaltar que nos dois primeiros setores, calçados e vestuário, já era esperados uma necessidade de ampliação de suas equipes no Natal, pois os consumidores já sinalizavam uma maior procura por esses produtos no final de ano, sendo até uma surpresa as empresas de papelaria e artigos de confecção estarem em destaque entre as que contrataram”, analisa.
Excetuando-se as lojas de artigos de festas; óticas e joalherias; artigos esportivos e; lojas de pet shop, que não necessitaram contratar temporários, os demais setores pesquisados contrataram, em sua maioria, entre um e três funcionários. Destes, poucos indicaram que irão efetivar os temporários e, dos que irão, a estimativa é de manter entre um e três funcionários em sua equipe de colaboradores, como sinalizaram os segmentos de vestuário (29,3%), livrarias (25%), brinquedos (20%), serviços de saúde (15,8%) e artigos de confecção (100%, entre 4 a 6 funcionários).
Já os setores como os de Alimentação, por exemplo, demitiram praticamente todos os temporários, já que das empresas entrevistadas no setor, 62,5% não contrataram e, das 37,5% que contrataram, 31,3% não manterão estes funcionários em seu quadro; apenas 6,3% manterão entre 1 a 3 funcionários – assim como o setor de papelaria e artigos para presentes.
Relatório completo disponibilizado em http://www.fecomercio-al.com.br/ifepd/.