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Secretário pede ‘desculpas públicas’ por suspensão de atividades no PAM

João Urtiga/Alagoas24horas

Secretário confirma fechamento do PAM Salgadinho

O secretário de saúde, José Thomaz Nonô, concedeu coletiva aos profissionais da imprensa na manhã desta terça-feira (26), na sede da Secretaria Municipal de Saúde, para falar sobre a suspensão das atividades dos profissionais da área de saúde no PAM Salgadinho, mediante interdição ética proposta pelo Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal). Durante a coletiva, o secretário pediu “desculpas públicas” e afirmou que o Cremal está “coberto de razão.”

Nonô explicou que desde o dia 26 de novembro o Conselho protocolou documento junto à secretaria dando conta das condições de insalubridade do PAM. O documento trazia imagens das dependências do PAM as quais o próprio secretário chamou de “fotografias desastrosas do PAM.” O responsável pela pasta admitiu não ter lido o ofício. Segundo Nonô, o documento teria ficado “dormindo” em um departamento da Secretaria desde o dia 3 de dezembro. “O que deduzo é que como a Secretaria não tomou nenhuma atitude, a leitura do Cremal é de que não estávamos ligando. Não li o ofício, mas falei ontem com o Cremal e posso dizer que ele está coberto de razão. Peço desculpas públicas.”

Apesar de admitir o erro, o secretário fez questão de enfatizar o que tem dito a todos os órgãos de imprensa, que o PAM está fechado como consequência de uma decisão do Cremal e que nunca partiu da Prefeitura a ordem de suspensão das atividades.

Nonô também afirmou que não é seu desejo que ninguém trabalhe em condições insalubres, mas que não era correto os profissionais continuarem recebendo sem trabalhar. Por esta razão a Secretaria decidiu alocar os 570 servidores, sendo deste total 122 médicos, nas demais 68 unidades de saúde municipais. E fez duras críticas aos profissionais que ‘não gostam de trabalhar’. “Não quero que ninguém trabalhe em condições insalubres, mas temos resistência sim. Toda vez que se tira alguém da zona de conforto tem resistência. Algumas pessoas sofrem de uma doença especial: alergia ao trabalho. Para essas só tem um remédio, a caneta.”

O secretário explicou ainda que por questões técnicas e tecnológicas, alguns dos profissionais realocados farão uso do ponto eletrônico e outros não, a depender da unidade onde prestarão serviço. Quanto aos horários de expediente, ficará a cargo da secretaria definir. É também a SMS que irá analisar a atual necessidade dos postos para transferir a estas unidades de saúde profissionais de especialidades nas quais há carência.

O secretário também confirmou que aceitou o pedido de demissão da Diretora do PAM. “Ela pediu demissão e eu aceitei com constrangimento, mas aceitei,” relatou Nonô que afirmou que a Secretaria estudará ‘com carinho’ outro nome para assumir a unidade.

Sobre os pacientes, Nonô informou que a Secretaria fará ampla divulgação das mudanças e que a suspensão das atividades no PAM é temporária. O secretário não quis se comprometer com prazos para o fim da obra, mas falou em ‘final de fevereiro’ em referência ao bloco A, e meados de março para a conclusão dos blocos B e C. Os funcionários voltam à medida que os blocos forem concluídos pela construtora.

Nonô esclareceu ainda que o PAM é um centro de excelência e referência estadual e que, portanto, deve sim atender também pacientes vindos do interior. O secretário ressaltou apenas que será preciso maior entrosamento para o controle do fluxo, mas não explicou como, dizendo que esta questão não deve ser mexida esse ano.

Por fim, o secretário anunciou que os veículos da SMS serão ‘chipados’. Seremos a primeira secretaria a ter chip no tanque do combustível dos veículos da secretaria.

O gestor informou que a reforma do PAM deve continuar depois da conclusão dos blocos A, B e C. Sendo prioridade o laboratório, centro cirúrgico e esterilização. “Se reabrir com todos estes segmentos funcionado o PAM será autossustentável, faturando mais de R$ 400 mil/mês. Ele irá se pagar,” afirma Nonô que confessou que esse é seu ‘sonho.’