Jaques Wagner e Marcelo Castro receberam fabricantes no Planalto. Governo informou que vai distribuir produto a grávidas do Bolsa Família.
Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Marcelo Castro (Saúde) se reuniram na manhã desta quarta-feira (27) no Palácio do Planalto com fabricantes de repelentes que podem ser usados contra o mosquito Aedes aegypti. O mosquito transmite o vírus da dengue, da febre chikungunya e da Zika, responsável pelos casos de microcefalia que têm sido registrados no país desde o ano passado.
Castro já havia anunciado que a reunião ocorreria nesta quarta após decisão do governo de distribuir repelentes contra o mosquito a grávidas que sejam beneficiárias do programa Bolsa Família.
Segundo assessores da Presidência, a conclusão no Planalto após a reunião foi de que os laboratórios poderão colaborar com o fornecimento dos repelentes. No encontro, o setor manifestou ter como atender à demanda do governo, mas ressaltou que ainda é preciso “construir a negociação”.
Conforme esses assessores, “todo o setor esteve presente e entende a pressa e a preocupação do governo e está disposto a colaborar”.
No encontro, o governo frisou que os repelentes têm de estar de acordo com as normas da Anvisa e ser próprios para mulheres grávidas.
O governo enviará um questionário aos laboratórios com especificações técnicas sobre os repelentes e o setor se comprometeu a responder ao formulário ainda nesta semana.
Em principio, o governo comprará os repelentes de todos os fabricantes presentes na reunião desta quarta, aproximadamente 30 laboratórios.
Estados
O governo também deve propor que os estados adotem o mesmo sistema que Goiás vem utilizando, por meio do qual é possível monitorar em tempo real as casas, ruas e bairros visitados pelas equipes de vigilância.
Na reunião de segunda, também foram discutidas campanhas publicitárias voltadas à conscientização da população sobre formas de combater o Aedes aegypti e impedir sua proliferação.
Segundo o ministro da Saúde, na próxima sexta (29) a presidente Dilma participará de videoconferência com governadores para discutir medidas de combate ao Aedes aegypti, classificado pelo ministro de “inimigo número um do Brasil”.
Para Marcelo Castro, o governo já está fazendo o “máximo que pode” para combater o mosquito, e é preciso que a sociedade se conscientize sobre as formas possíveis para evitar que o Aedes aegypti se prolifere.
Declarações polêmicas
Desde o fim do ano passado o ministro da Saúde, Marcelo Castro, tem dado declarações polêmicas sobre o combate ao Zika. Ele, por exemplo, disse em duas ocasiões que o Brasil está “perdendo a guerra” para o mosquito.
Em novembro, Castro afirmou que “sexo é para amadores, e gravidez é para profissionais”, referindo-se a planejamento familiar em tempos de microcefalia.
Cerca de 15 dias depois, o ministro declarou perceber que os homens se protegem do Aedes aegypti, mas as mulheres, “normalmente, ficam de perna de fora e quando usam calça, usam sandália”.
Há duas semanas, em uma conversa com jornalistas, ele disse que iria torcer para mulheres pegarem o Zika antes da idade fértil para ganharem imunidade antes de ser criada a vacina para o vírus.