Protesto contra interdição completa da unidade é motivo de impasse entre funcionários e prefeitura.
Após o início da reforma da unidade PAM Salgadinho, no Centro, na manhã desta segunda-feira (15), servidores da unidade protestaram contra o fechamento que ocorre nos blocos A, B e C, e que contam com serviços de saúde preventiva para a população.
Motivo de entrave político desde 2015, o PAM Salgadinho já teve a unidade fechada por diversas vezes, incluindo greves e atendimentos suspensos pelos mais diversos motivos. De acordo com Cícero Lourenço, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado de Alagoas (Sindprev-AL), o fechamento da unidade de saúde “é um crime”.
“As pequenas reformas iniciadas pela prefeitura não justificam a paralisação total. Temos o apoio de dois conselhos municipais e estaduais e vemos esse fechamento como um crime, pois vai gerar o descontinuamento do acompanhamento médico”, diz Lourenço.
Mesmo com o anúncio da suspensão do atendimento, diversos pacientes se amontoavam em frente ao PAM em busca de conhecimento sobre as unidades alternativas para atendimento. “As vezes que decretamos greves aqui fizemos porque não havia condições salubres de trabalho. Imagina agora um paciente com câncer de mama, ele vai ficar sem saber e sem ter o acompanhamento devido, por isso não era para fechar integralmente”, relembra Cícero Lourenço.
As reformas das unidades A,B e C do PAM Salgadinho devem durar pouco mais de um mês e, segundo a Prefeitura de Maceió, serão reabertas em março. O fechamento se deu após um laudo dado pelo Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal). Os profissionais desta unidade foram realocados para outros como o I Centro de Saúde, no Poço; Osvaldo Brandão Vilela, na Ponta da Terra; João Paulo II, no Jacintinho; Roland Simon, no Vergel do Lago e o PAM Bebedouro, em Bebedouro, de modo a garantir o atendimento à população.
A opinião do sindicalista é questionada pelo prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). “Nós estamos reformando, o que era um pedido antigo da população, então não podemos fazer o atendimento. O Cremal interditou o PAM e estamos cumprindo com nossa obrigação. Quando assumimos o governo, a prefeitura contava com 70 equipamentos de saúde, todos desmantelados. Então optamos por começar as reformas com a atenção básica”, recorda o Rui Palmeira.
Para o prefeito, a unidade já estava com os serviços suspensos pois os servidores já não realizavam o atendimento em sua plenitude. “O que não dá é para o PAM ficar fechado e 500 e 600 servidores sem fazer o atendimento. Em março os blocos A,B e C serão entregues e a atividades retornam”, garante o prefeito.
Atualmente, o PAM Salgadinho conta com 121 médicos de diferentes especialidades e 590 servidores que trabalham com serviços gerais de limpeza, enfermagem e atendimento básico.