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Pai de estudante morta ao sair de cursinho chora no IML de Goiânia

Pai chora morte da filha

Emocionado, o contador Oswaldo Zucatelli, pai da estudante que morreu em um assalto após sair do cursinho, chegou a Goiânia para liberar o corpo da filha do Instituto Médico Legal (IML). Morador de Rondônia, ele disse ao G1 que a família está em choque e chorou ao falar da morte da jovem, Nathália Araújo Zucatelli, de 18 anos, que era a caçula de quatro irmãos.

“Ainda não sabemos nada sobre o crime. Essa situação é muito triste. A gente não consegue nem falar. Não vai ser fácil seguir adiante sem ela, nos falávamos todos os dias por telefone”, lamentou  Zucatelli.

Nathália foi morta com um tiro, por volta das 21h30 de segunda-feira (22), a cerca de uma quadra do Colégio Protágoras, onde fazia um cursinho pré-vestibular. Segundo a Polícia Civil, ela foi abordada por duas pessoas que estavam em uma motocicleta. Os criminosos levaram um celular dela.

O pai contou que a filha estava feliz morando em Goiânia. “Ela veio para cá depois de uma amiga falar da cidade. Ela estava gostando muito e falava que queria trazer a família toda”, relatou Zucatelli.

A Polícia Civil informou que Nathália foi baleada na altura do ombro esquerdo. O médico legista responsável pelo exame cadavérico explicou que a bala atravessou os dois pulmões e alojou na axila direita. Ainda segundo o exame, ela morreu por hemorragia.

O corpo de Nathália ficou no IML de Goiânia até 13h30, quando foi liberado. O pai da estudante apresentou a documentação da filha, e o corpo dela deve ser levado de volta para Rondônia às 19h desta terça-feira (23).

Comoção
A morte de Nathália comoveu amigos da estudante. Nas redes sociais, eles postaram inúmeras homenagens para a jovem e lamentaram o crime.

Amiga de Nathália, Vitória Costa do Nascimento, de 19 anos, confirma que a estudante estava muito contente e que se sentia segura na capital. “As meninas que moravam no mesmo condomínio que ela e estudavam no cursinho disseram que o caminho para casa era muito seguro, que elas sempre iam embora à noite, andando, que era tranquilo. Ela não se preocupava com isso [risco de ser assaltada]”, disse Vitória.

Vitória também é de Rondônia, mas se mudou há um ano para a casa da tia, em Goiânia. Ela morava em Porto Velho e conheceu Nathália há três anos porque jogavam no mesmo time de futsal.

“Era uma menina supertranquila, super do bem, muito organizada, centrada, não gostava de sair porque queria estudar. Até para vir aqui em casa no final de semana era difícil convencer, tinha que buscar e levar”, relata.

Crime
O diretor do Colégio Protágoras, Marcos Antônio de Souza Araújo, informou que a aula de Nathália terminou às 17h40 de segunda-feira. No entanto, ela continuou na biblioteca da escola para estudar, de onde saiu por volta das 21h30.

Uma idosa, que prefere não ser identificada, conta que viu quando a jovem foi abordada por duas pessoas em uma motocicleta. “Quando eu olhei, ela vinha baleada já. Ela veio andando baleada e caiu. Aí eu cheguei na hora. Era um casal numa moto preta, e eles passaram por mim”, relata a testemunha.

Policiais relataram que os criminosos levaram um celular da vítima. Por isso, o crime se configura como latrocínio – roubo seguido de morte.

A investigação é conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Até a publicação desta reportagem, os autores do crime não tinham sido identificados.

O pai acredita que os criminosos ficarão impunes. “Com essa lei sem vergonha, não tem como esperar nada. A Nathália está presa para sempre. Agora, o cara que fez isso com ela, se for preso, poucos dias depois já estará solto de novo”, lamentou.

A direção do Protágoras está em contato com familiares de Nathália. “O colégio está dando apoio à família e às investigações da Polícia Civil. Esperamos que o caso seja elucidado o mais breve possível”, declarou o diretor.