Familiares dos jovens Josenildo e Josevaldo Ferreira, morto a tiros durante um suposto confronto com policiais do 5º BPM, foram recebidos na manhã desta terça, 29, pelo secretário de Segurança Pública, coronel Lima Junior. Abalados e se sentindo “humilhados” por ter o nome da família “jogado na lama”, a família foi cobrar a apuração rigorosa da morte dos jovens, portadores de necessidades especiais.
A versão apresentada pela polícia para a morte dos jovens é veementemente contestada pela família e até por testemunhas, que negam a troca de tiros e afirmam que os jovens teriam sido agredidos e mortos em uma abordagem altamente irregular.
Em entrevista à reportagem do Alagoas 24 horas, o tio dos jovens, Cláudio da Silva, destacou que a família foi recebida “super bem” pelo gestor da pasta e ouviu a promessa de que se houve erro na abordagem policial ele será apontado na investigação, assim como os responsáveis.
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Cláudio da Silva voltou a negar que os sobrinhos tivessem envolvimento com ilícitos e relembrou que no dia do crime os jovens foram almoçar na residência da madrinha e quando voltavam para casa teriam sido abordados pela polícia. Uma terceira pessoa foi morta nesse mesmo episódio, identificada como Reinaldo da Silva Ferreira, 46, que não tem parentesco com os irmãos.
O tio confirmou ainda que os jovens eram submetidos a tratamento na Pestalozzi e que Josival possuía, inclusive, dificuldade de se comunicar. Os jovens não possuem histórico de violência, briga ou qualquer ilícito.
O comandante do 5º BPM legitimou a ação dos seus subordinados, alegando que o batalhão recebeu o informe de suspeitos transportando armas do Village Campestre para o Aprígio Vilela e que os suspeitos teriam reagido à abordagem, dando início ao tiroteio.
Na próxima quinta-feira, 31, colegas dos irmãos prometem fazer uma grande passeata a partir da Escola Geraldo Melo, onde os jovens estudavam. O ato deve ter início por volta das 14h e sair pelas ruas do bairro.