Aposentado com perna amputada diz que 'surtou' ao ser impedido de entrar.
Um deficiente físico foi barrado na entrada de uma agência bancária da Caixa Econômica na Vila Albertina, Zona Norte de São Paulo, tirou a calça, retirou a prótese metálica da perna esquerda e ficou de joelhos na entrada do banco. Ele disse ter avisado a segurança e a gerência que usava uma prótese metálica na perna esquerda. A Caixa disse que o cliente não quis esperar a porta auxiliar ser aberta e retirou a prótese. O incidente aconteceu na manhã de segunda-feira (28).
“Não gosto de escândalos, mas dessa vez foi constrangimento demais”, disse Gilberto Forti, de 57 anos. “Nunca tinha passado por uma humilhação dessas. Trabalhei minha vida inteira e merecia mais dignidade.” Ele teve a perna amputada há quatro anos em consequência da diabetes e foi aposentado por invalidez.
Forti disse que chegou ao banco acompanhado pela esposa. Afirmou que não é cliente da agência, mas já havia ido ao local por quatro vezes e sempre conseguiu entrar, depois de explicar sobre a prótese. Dessa vez, no entando, a entrada não foi autorizada pelo segurança e por uma gerente da agência. “Minha esposa levantou minha calça, mostrou a prótese, explicou que eu sou amputado. Mas eles disseram que não me conheciam e não iriam abrir.”
O aposentado diz que “surtou” ao ser barrado. “Tirei as calças, tirei a prótese e fiquei de joelhos. Depois sentei e fiquei meia hora ali até a polícia chegar.” A mulher dele chamou a polícia e o casal registrou boletim de ocorrência no 20º DP.
A Caixa Econômica Federal disse que o cliente recusou-se a mostrar a prótese de metal ao vigilante e, antes que a gerência pudesse abrir a porta auxiliar, conforme prevê a regra de segurança, o cliente já havia retirado a prótese. Afirmou ainda que “o cliente voltou à mesma agência nesta quarta-feira (30) e foi atendido normalmente, sem qualquer transtorno”.
Leia a nota da Caixa Econômica Federal:
“A Caixa Econômica Federal esclarece que utiliza portas automáticas giratórias com detectores de metal em suas agências, de acordo com a Lei 7.102/83, que disciplina o sistema de segurança em estabelecimentos financeiros, em todo território nacional.
As portas giratórias são utilizadas por todos bancos para impedir o acesso de pessoas armadas às agências, e nunca para criar obstáculos aos usuários. O objetivo é proteger os clientes, seus empregados e patrimônio.
Com relação ao caso específico, a CAIXA esclarece que o cliente recusou-se a mostrar a prótese de metal ao vigilante e, antes que a gerência pudesse abrir a porta auxiliar, conforme prevê a regra de segurança, o cliente já havia retirado a prótese.
Hoje, 30 de março, o cliente voltou à mesma agência e foi atendido normalmente, sem qualquer transtorno.”