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Lula minimiza derrota na comissão do impeachment durante ato no Rio

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a derrota sofrida nesta segunda-feira (11) pelo governo na Comissão do Impeachment da Câmara. Lula participou de ato político no Rio e discursou na Lapa para uma multidão. “A comissão acabou de derrotar a gente, 38 a 27. Mas isso não quer dizer nada. Então, o que nós temos de ter clareza é domingo no Plenário. E nós sabemos que temos de conversar com os deputados”, disse.

Lula disse que não acha justo a forma como a oposição vem atacando a presidenta Dilma Rousseff. “Eu aguento muita bordoada, mas não é justo eles fazerem com a Dilma o que estão fazendo. Quando a gente sair para a rua defender o mandato da Dilma, é importante ter clareza que não estamos defendendo apenas o direito de uma mulher ser presidenta da República. A gente está defendendo a honra das mulheres brasileiras, que sempre foram tratadas como objeto de cama e mesa neste país.”

O ex-presidente disse que estava pronto para defender até o fim a democracia no país. “Eu quero avisar para eles, que estão querendo dar um golpe na companheira Dilma. Eu quero avisar aos meios de comunicação, que fazem de tudo, menos dar informação correta, menos dar informação ao nosso povo. Eu não sei quantos anos eu tenho pela frente, mas ainda que eu tiver um dia, eles podem saber que este dia será dedicado 24 horas em defesa da liberdade, da democracia e da cidadania neste país”, disse Lula, encerrando o seu discurso dizendo “até a vitória”.

MST

Antes de o ex-presidente, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, discursou, dizendo que a ordem é ocupar praças, praias e avenidas. “Nós do MST já estamos acampados na Esplanada dos Ministérios em vigília. Aqui no Rio de Janeiro, e em todas as capitais do Brasil, devemos nos manter mobilizados. Sexta-feira que vem nós temos que parar o Brasil. E depois, no dia 17, os morros têm que baixar e ocupar a Praia de Copacabana. Nós temos que provar para eles que Copacabana é do povo, não é dos coxinhas. Em todo o Brasil, nós vamos ocupar as praças e cercar as assembleias legislativas para mostrar de que lado o povo está. Não vai ter golpe. Vai ter luta”, disse Stédile.

A primeira parte do ato aconteceu dentro do prédio da Fundição Progresso, reunindo principalmente artistas, músicos, escritores e demais categorias ligadas à cultura. Durante o encontro, foi lido um documento intitulado Manifesto Cultura pela Democracia, assinado por Leonardo Boff, Chico Buarque, Wagner Moura, Fernando Morais e Eric Nepomuceno. Em seguida, todos se dirigiram ao palco montado sob os Arcos da Lapa, onde uma multidão os aguardava.