Dois militares da guarnição investigada na morte dos irmãos Josenildo, Josivaldo Ferreira e do pedreiro Reinaldo da Silva, em março de 2016, durante uma suposta troca de tiros, foram ouvidos na manhã desta terça-feira (19), no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), em Mangabeiras.
No total são três militares envolvidos, mas um deles está em dispensa médica e não participou da oitiva, o depoimento dele será remarcado. A dupla foi ouvida pelos delegados Teíla Nogueira (que preside o inquérito), Antônio Henrique e Rebeca Gusmão a portas fechadas, não permitindo ainda que a imprensa registrasse imagem dos policiais.
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“O depoimento deles foi pouco convincente”, garante o advogado da família do pedreiro, Thiago Pinheiro. Pinheiro afirma ainda que a investigação deve ser exaurida antes de apontar qualquer detalhe do ocorrido, mas pondera sobre a cansativa discussão sobre a troca de tiros. “Espero que não fique somente nessa discussão sobre a troca de tiros”, complementa.
Pinheiro junto com o também advogado da família dos irmãos, Pedro Montenegro, aguardam agora as três provas técnicas solicitadas pela Justiça para o andamento do caso. Uma delas, a reconstituição simulada, já foi aprovada pelo Conselho de Segurança de Alagoas (Conseg) na noite dessa segunda-feira (18). “Acredito que mesmo com a greve da Polícia Civil, neste caso especificamente, não venha atrapalhar as investigações”, adianta o advogado.
As outras duas solicitações versam sobre a necessidade de saber o horário do prontuário dos mortos e a verificação se houveram testemunhas no local. Segundo informações preliminares, haviam várias pessoas próximas a abordagem dos militares aos irmãos e que culminou na morte dos mesmos e do pedreiro que estava próximo.
Além dos delegados e dos dois advogados, acompanharam também a reunião o comandante do 5ª Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Carlos Amorim, e o promotor de Justiça Flávio Gomes da Costa.