Magistrado, com mais de 33 anos de experiência, faleceu devido a complicações de um câncer neste sábado (30), em Maceió.
O domingo (01) foi de despedida para o Judiciário alagoano. Familiares e amigos – entre magistrados, operadores do Direito, servidores e autoridades políticas, prestaram suas últimas homenagens ao desembargador James Magalhães de Medeiros, que faleceu, aos 68 anos, devido a complicações de um câncer, neste sábado (30). O sepultamento foi realizado às 11h, no cemitério Parque das Flores, no Tabuleiro dos Martins.
O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, lamentou a perda do desembargador que dedicou mais de 33 anos de sua vida à magistratura.
“É um dia de muita tristeza, uma perda irreparável. Ele além de desembargador era integrante da Academia Alagoana de Letras, também fazia parte do movimento familiar cristão com uma atuação muito forte, enfim, o Estado de Alagoas perde um homem muito inteligente, dedicado, que tinha como tônica sempre fazer o bem. Nós estamos desfalcados e vai ser muito difícil preencher essa lacuna deixada pelo desembargador James Magalhães”, disse o presidente Washington Luiz.
O desembargador Otávio Leão Praxedes também destacou a falta que James Magalhães fará no dia a dia do Poder Judiciário e a importância do trabalho por ele desenvolvido. “Hoje é um dia muito triste para todos nós que fazemos parte do Poder Judiciário porque realmente perdemos um grande amigo. O desembargador James foi um excelente operador do Direito e deixou marcas inesquecíveis com a sua trajetória, não somente como magistrado, mas também como corregedor-geral da Justiça e apresentou-se pela sua qualidade.”
A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas, Fernanda Marinela, ressaltou a dedicação do desembargador James Magalhães durante sua carreira na Justiça alagoana e destacou a importância da presença dos amigos nesse momento com a família.
“Todo o mundo jurídico sente muito por essa perda, não só pelo grande mestre, mas também pelo grande homem e exemplo que ele foi para toda a comunidade jurídica de Alagoas. Sentimos muito esse momento, mas aprendemos muito com as lições que ele nos deixou, todos os ensinamentos, todo o trabalho por ele desenvolvido e que com certeza ficará para gerações futuras. Espero que a família toda tenha muita força para superar esse momento tão difícil e que os amigos possam ajudar e estar juntos nessa caminhada de curar as cicatrizes e acomodar os sentimentos” disse.
Amigo e colega na magistratura, o juiz Ivan Brito também falou sobre a saudade que o desembargador vai deixar. “Falar do desembargador nesse momento é muito difícil. O que posso dizer é que ele foi um grande amigo, um grande pai de família e acima de tudo um grande magistrado. James Magalhães deu sua contribuição para a magistratura de Alagoas e principalmente ao Tribunal, é uma grande perda. Saudade é tudo o que fica daquilo que já partiu, e do James vai ficar muita saudade”, afirmou.
Desembargador James Magalhães
Graduado em Direito em 1973, o desembargador James Magalhães de Medeiros atuou como juiz titular nas comarcas de Delmiro Gouveia, Traipu, Santana de Ipanema, Arapiraca e Maceió.
Ingressou no TJ/AL como desembargador em 2008 por critério de antiguidade, onde presidiu a Primeira Câmara Cível e integrou o Conselho Estadual da Magistratura do TJ/AL. Foi corregedor-geral da Justiça no biênio 2011-2012.
Em 2015, assumiu a direção da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), que se tornou uma das instituições com mais cursos credenciados pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) em todo o país. Ainda em 2015, a Esmal ficou em primeiro lugar, na região Nordeste e em quarta entre os outros estados brasileiros, com sete cursos credenciados.
Em 2012, tomou posse como imortal da Academia Alagoana de Letras. James Magalhães tinha vários livros publicados, entre eles “Decisões Cíveis na Justiça Militar Estadual”, lançado em 2009. A obra reúne decisões cíveis proferidas por ele durante sua atuação na 13ª Vara Criminal da Comarca de Maceió – Auditoria da Justiça Militar.