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Idoso morre após circuncisão feita durante ritual religioso

Divulgação/Polícia Civil

Divulgação/Polícia Civil

Um idoso de 66 anos morreu na madrugada desta segunda-feira (2) após passar por uma circuncisão, realizada dentro da própria casa, em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. Segundo a Polícia Civil, o procedimento ocorreu durante um ritual religioso. Um polidor, de 20 anos, que morava com a vítima, realizou o procedimento com uma faca de cozinha. Depois, também foi operado pelo aposentado.

De acordo com o delegado Luiz Renato Maximiano, responsável pelo caso, o rapaz foi levado à delegacia, prestou depoimento e foi liberado. O jovem alegou à Polícia Civil que as cirurgias haviam sido combinadas e tinham um objetivo espiritual.

“Ele disse que os dois eram religiosos, mas não eram vinculados a nenhuma religião específica. Afirma ainda que o idoso lia muito a Bíblia, mencionou várias vezes a circuncisão e disse que ela serviria para ‘selar a aliança deles com o Senhor'”, afirmou ao G1.

O procedimento ocorreu no sábado (30). O jovem contou que o próprio idoso comprou materiais como algodão, esparadrapo e álcool para realizar o ato. A vítima apresentou um sangramento maior, mas que fora controlado após a operação. No dia seguinte, o rapaz enterrou o prepúcio no canteiro da quitinete, como pedido pelo aposentado.

Na noite de domingo, após deitarem, o rapaz percebeu que o homem havia morrido, mas só acionou socorro pela manhã. Quando questionado pelo delegado porque não o fez antes, ele disse que aquela era a “vontade de Deus”.

Problemas de saúde
Maximiano afirmou que a vítima tinha problemas cardíacos. A dupla já era amiga e resolveu morar junto há cerca de dez dias. À polícia, o jovem revelou que ambos dormiam na mesma cama, mas negou que mantivessem um relacionamento homossexual.

Prepúcio de idoso foi enterrado no canteiro da quitinente onde dupla morava (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

“Ele afirmou que via o idoso pregando e adquiriram uma certa empatia. O aposentado tinha problemas de saúde e o colega era uma espécie de cuidador dele”, pontua.

Ao ser acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e acionou a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que por sua vez, chamou a Polícia Civil.

O próprio rapaz desenterrou o pedaço de pele cortado e entregou à polícia. A faca usada foi apreendida pela corporação. O jovem foi submetido a um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), que constatou que ele também foi circuncidado.

O delegado afirmou que o jovem deve responder por lesão corporal seguida de morte, pois agiu com dolo ao realizar a lesão, mas não tinha a intenção de matar o idoso. A pena, caso seja condenado, varia de 4 a 12 anos.