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Gilmar Mendes autoriza abertura de inquérito para investigar Aécio Neves

Senador é apontado pela PGR como suspeito de irregularidades em Furnas. Ministro autorizou desarquivamento de citação feita por Alberto Youssef.

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Senador Aécio Neves

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, acolheu pedido da Procuradoria Geral da República e autorizou abertura de um inquérito para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-SP) em razão de irregularidades em Furnas.

Mendes também permitiu o desarquivamento da citação feita pelo doleiro Alberto Yousseff sobre o parlamentar, conforme pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot.

O doleiro disse que Aécio dividia uma diretoria de Furnas com o PP e que ouviu isso do ex-deputado José Janene. E que também ouviu que o senador recebia valores mensais, por meio da irmã, de uma das empresas contratadas por Furnas.

A suposta propina ao parlamentar teria sido paga entre 1996 e 2001. O procurador quer investigar o senador por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ministro autorizou ainda as diligências pedidas pela PGR, que devem ser cumpridas pela Polícia Federal em até 90 dias: depoimento de Aécio, do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, juntada de investigação sobre Furnas feita pela Polícia Federal.

Gilmar Mendes foi escolhido como relator do caso nesta quinta-feira (11).

Na última terça, o ministro Teori Zavasckientendeu que a investigação não tinha relação com o esquema de corrupção na Petrobras, apurado na Operação Lava Jato, e enviou o pedido para o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, determinar sorteio para novo relator.

Delação de Delcídio
Rodrigo Janot afirmou que a delação de Delcídio  e elementos de convicção dela decorrentes “constituem  indubitavelmente provas novas a exigirem o desarquivamento menção feita por Yousseff”.

Janot cita que, segundo Delcídio e Youssef, a irmã de Aécio tinha empresas em seu nome na época dos fatos. E que a Operação Norbert, feita no Rio de Janeiro pela Polícia Federal, apontou que diversas pessoas, valendo-se de doleiros, criaram empresas para manter e ocultar valores no exterior, “inclusive na Suíça e no Principado de Liechtenstein, na Europa”.