Entre os senadores que enfrentam problemas em tribunais, 34 votaram a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff e 10 votaram contra.
É o que indica uma análise feita pela BBC Brasil de dados da votação com informações da ONG Transparência Brasil.
De acordo com o projeto Excelências, da ONG, 44 senadores que participaram da votação têm ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas por suspeitas ou acusações que vão de improbidade administrativa (em sua maioria) a corrupção passiva, passando por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O Senado decidiu, na manhã desta quarta-feira, abrir formalmente o processo de impeachment contra Dilma. Ela será afastada por até 180 dias, prazo que a Casa tem para fazer o julgamento definitivo.
Dos 55 senadores que votaram “sim”, 34 (62%) têm ocorrências na Justiça. Já entre os 22 que votaram “não”, 10 (45%) estão nesta situação.
Outros três senadores com ocorrências não votaram (Eduardo Braga e Jader Barbalho estavam ausentes e Renan Calheiros, presidente da Casa, não votou).
O Excelências também indica que Delcídio do Amaral (ex-PT-MT, atualmente sem partido) têm ocorrências, mas ele foi cassado no início da semana e não votou. Seu suplente, Pedro Chaves (PSC-MS), também não participou da votação.
Do total de 81 senadores – ainda contando com Delcídio -, o Excelências indica que 48 (59%) têm ocorrências.
Participaram da votação na manhã desta quarta-feira 78 senadores.
Entre os senadores que votaram, há alguns que foram citados na operação Lava Jato.
Aécio Neves (PSDB-MG), Fernando Collor (PTC-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Edison Lobão (PMDB-MA), por exemplo, votaram a favor da abertura do procedimento.
Já Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Humberto Costa (PT-PE) votaram “não”.
Segundo o Excelências, os partidos com o maior número de senadores citados na Justiça ou em tribunais de contas são o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, com 10, e o PT de Dilma Rousseff, com 9.
Em seguida, vêm PSDB (6), PR (6) e PP (5).