Reunião na sede da prefeitura contou com a presença de representantes da manifestação, promotoria de Justiça e empresa responsável pela obra
Após uma longa reunião discutindo a questão da entrega das casas do Conjunto Girlene Matheus, a Construtora deu um prazo de sessenta dias para que as 750 residências estejam 100% concluídas.
O prefeito Cristiano Matheus, a promotoria de Justiça de Marechal Deodoro e o Gerenciamento de Crises da Polícia Militar de Alagoas debateram com os manifestantes soluções para acabar com os protestos e garantir que os inscritos sejam contemplados.
Em sua fala, Cristiano Matheus explicou que todos os trâmites por parte da prefeitura, a exemplo dos cadastros das famílias e documentação exigidas, foram entregues. O gestor disse ainda que cumpriu todas os trâmites e que a demora da obra não é culpa da administração municipal.
“Essas casas eu fui atrás para ser construída em Marechal. Estive em Brasília, percorri o Ministério das Cidades e consegui a construção das unidades para população deodorense. O que foi cobrado pelo governo federal e o Banco do Brasil a prefeitura cumpriu. Se alguém deve aqui [falando da entrega das casas] é a Construtora e o Banco do Brasil. Cadastro, inscrição e análise de documentação foram entregues pelo município. O que é parte da prefeitura já foi feito e não devemos nada. Cumprimos com todas obrigações”, esclareceu o prefeito.
Já a representante da Construtora Cite, Gilvânia Vieira, disse que o prazo dado pela empresa para entrega do conjunto Gislane Matheus é de 60 dias. Vieira se comprometeu em cumprir o período de dois meses caso não haja nenhuma invasão ao local.
“A construtora precisa desse prazo [60 dias] e precisa focar na obra. A gente [Construtora] precisa também ter segurança da comunidade, no caso os que estão reivindicando, porque não podemos parar o trabalho por conta de invasão. Importante para construtora é ter segurança para que a entrega se realize no prazo determinado que, provavelmente, será no dia 25 de julho”, afirmou Gilvânia.
O proprietário da Construtora, Jorge Araújo, ressaltou também que o problema não é apenas na parte física das residências, mas a burocratização de documentação no banco responsável.
“Não é só a gente entregar a obra. Tem toda documentação no banco para ser resolvido. A gente vem sofrendo mas não paramos. Estamos com mais de 90% da obra concluída na parte física. Porém, não é só a conclusão da obra que vai fazer com que aconteça a entrega. É preciso uma resposta do banco sobre os trâmites legais que recai sobre a documentação”, explicou Araújo.
Por outro lado, o engenheiro da Construtora isentou a prefeitura de qualquer responsabilidade quanto ao fato das casas estarem demorando para ser entregues.
A prefeitura fez a parte dela com relação ao recurso colocado e o cadastro realizado. Hoje a responsabilidade total é da Construtora junto com o Banco do Brasil. Estamos com mais de 90% da obra executada. Estivemos hoje pela manhã no local e mostramos ao promotor de Justiça o andamento das casas. Inclusive, foi pedido a primeira vistoria do banco do Brasil para fiscalização. A obra está em fase final com alguns ajustes na parte elétrica e de infraestrutura. Não depende só da Construtora e sim de um corpo técnico que é o Banco do Brasil. Queremos entregar uma moradia digna com 100% a que se tem direito”, concluiu o engenheiro João.
Por fim, os representantes dos manifestantes concordaram em aguardar o prazo estabelecido pela empresa e decidiram acabar com toda manifestação entendendo que a reunião foi favorável a todos. Com isso, nesta sexta-feira, 13, o prefeito Cristiano Matheus, a promotoria de Justiça de Marechal Deodoro, representantes da Construtora e dos manifestantes estarão reunidos na superintendência do Banco do Brasil, em Maceió, para também buscar uma resposta para o problema.