Responda rápido: o que é mais importante no tratamento do câncer? Ter modernos equipamentos e técnicas de tratamento? Possuir uma equipe multiprofissional integrada, experiente e, principalmente, humana? Adotar protocolos assistenciais focados na segurança e bem-estar do paciente? Ou possuir uma linha de cuidados oncológicos reunindo diagnóstico, tratamento, pesquisa, residência médica e cuidados paliativos?
Todos esses aspectos são importantes, mas existe um que muitas vezes passa despercebido por quem é leigo, mas que faz toda a diferença na vida dos pacientes com câncer, principalmente, nas intercorrências decorrentes do tratamento: a segurança e o suporte de uma estrutura hospitalar com UTI, centro cirúrgico e pessoal qualificado para atendimento emergencial.
“O sucesso do tratamento deve-se, também, à amplitude do suporte que a instituição possa dispor no próprio local onde se fazem as aplicações oncológicas, pois todo paciente em tratamento de câncer pode apresentar, durante e após o tratamento, alguns efeitos colaterais ou complicações da própria enfermidade”, considerou o oncologista Marcos Davi, coordenador do Serviço de Radioterapia da Santa Casa de Maceió.
Neste sentido, o centro de oncologia precisa dispor de serviços que apenas um hospital possui, como UTI e emergência 24 horas. “Sem tal retaguarda, será necessário transferir o paciente para à assistência hospitalar de terceiros, o que pode por em risco a sua vida.
A unidade de emergência precisa ser anexa ao serviço de oncologia e dispor de uma equipe qualificada, principalmente com cirurgiões especializados em câncer com os quais se possa ter contato direto e a garantia de leitos hospitalares.
“Sem essa cobertura, a realização de radioterapia dependerá de outras instituições para acudir às intercorrências e sempre será um risco para o paciente. Por essa razão, o Ministério da Saúde não credencia serviços de radioterapia isolados do complexo hospitalar consistente”, acrescentou Marcos Davi.