Reeducandos recolhidos na Casa de Custódia, conhecida como Cadeião, no Presídio Cyridião Durval se rebelaram no início da tarde de sábado (14). Revoltados com a proibição das visitas, suspensas após os agentes penitenciários decretarem greve por tempo indeterminado, os presos iniciaram motins nas unidades.
No Cadeião, os presos colocaram fogo em colchões, roupas, incendiando várias celas da unidade prisional e levantando uma grande quantidade de fumaça. Já no Cirydião Durval, os reeducandos promoveram um quebra-quebra, destruindo os equipamentos das celas.
Os agentes penitenciários foram acionados e conseguiram conter o tumulto. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para apagar as chamaras e realizar atendimento de alguns reeducandos. De acordo com o presidente Sindicato dos Agentes Penitenciários de Alagoas (Sindapen), Kleyton Anderson, não há registro de feridos graves, mas foram realizados atendimentos em vertido da quantidade de fumaça inalada.
Também há registros de início de motim no Presídio Santa Luzia, mas foi rapidamente contido pelos agentes.
Mesmo com a rebelião, o presidente de Sindapen afirma que a greve continua, por tempo indeterminado. “Nós estamos aguardando uma posição do governador, que ainda não nos procurou para negociar. Enquanto isso, as visitas continuam suspensas hoje e amanhã também”, disse Kleyton Anderson.
Greve
Os agentes penitenciários em Alagoas confirmaram hoje paralisação por tempo indeterminado das atividades da categoria que já havia feito paralisação de 48 horas na semana passada. A pauta de reivindicação inclui aumento de efetivo e também periculosidade. Com a greve, as visitas aos detentos ficam suspensas, além de atividades internas. Os agentes também cobram reajuste salarial. “A classe A da categoria recebe atualmente R$ 2.495. É um valor defasado em quase R$ 1000 se comparado ao salário dos PMs. Não queremos desvalorizar a categoria deles, mas nós não podemos aceitar essa diferença de salário”, relata Cleiton.
Os agentes também reclamam da dificuldade de barrar a entrada de celulares nas unidades prisionais e cobram maior efetividade do bloqueio de sinal nas prisões de Alagoas.
A greve atinge todas as unidades prisionais do estado, inclusive no presídio do Agreste.