Dupla integraria Gangue da Ostentação, segundo PC
Os irmãos José Havelange Nogueira, de 42 anos, e Aderval Nogueira, 44, foram presos nesta sexta-feira (20) acusados de integrar um grupo criminoso chamado de “gangue da ostentação”, envolvida em vários crimes, inclusive sequestros e roubos a residências e casas comerciais em Maceió.
A prisão aconteceu após um trabalho de investigação realizada pelos policiais do Núcleo de Inteligência (NI), coordenados pelo delegado Vinicius Martins Ferrari, da Seção de Roubo a Bancos, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).
De acordo com as investigações, os irmãos Nogueira foram detidos em flagrante, depois de requererem e conseguirem um cartão bancário de crédito e débito, sem limite de gastos, em nome do presidente de um grande grupo empresarial de nível internacional.
Na casa dos acusados, a polícia apreendeu geladeira, máquina de lavar, fogão e dois celulares.
Em novembro do ano passado, a Polícia Civil prendeu o jovem Williams Adalberton Ursulino, 21 anos, acusado de liderar a quadrilha. Ela havia fugido para São Paulo, mas retornou para a capital alagoana porque adoeceu e queria receber os cuidados da mãe, quando acabou preso em cumprimento a mandado de prisão expedido pela 17º Vara Criminal da Capital.
O delegado Vinicius Ferrari, explicou, na ocasião, que a quadrilha vinha sendo investigada desde maio de 2014, quando Williams, junto com outros dois comparsas – Jonathan Lopes Rodrigues, 28 anos, e um menor de 16 anos, praticou sequestro relâmpago contra um médico e roubaram os seus cartões e as senhas, além de seu automóvel – um Pajero Dakar, que foi abandonado depois no bairro Santa Lúcia.
A partir desse crime, a polícia descobriu que o grupo estava envolvido em muitos crimes, inclusive roubo de carros, receptação, roubo de celulares, e fraude de cartões de crédito.
Um dos crimes chamou a atenção da polícia: os integrantes do grupo apanhavam lixo em agências bancárias e repartições públicas, pegava recibos de operações e transações bancárias e colhia todos os dados da vítima. Em seguida, ligavam para operadoras de cartões de crédito, faziam compras em nome das vítimas e a mercadoria chegava nos endereços dos acusados. Segundo o delegado, o bando também buscava informações no Diário Oficial.
Na época, as vítimas desse golpe foram funcionários públicos de salários altos, inclusive juízes, promotores e procuradores.
A organização criminosa foi chamada de ostentação porque usava o dinheiro apurado nos crimes para comprar roupas de marca, joias, pulseiras e bebidas caras, além de relógios que chegava a custar R$ 40 mil.
Os demais integrantes da quadrilha foram identificados como: Jonathan Lopes Rodrigues, o “John”, que está foragido e seria outro líder; Felipe da Silva Rodrigues, o “Felipinho”, irmão de criação de Jonathan; Márcio Adalberon Ursolino (irmão de Williams); John Lennon, irmão de Jonathan, assassinado com mais de 20 tiros em Flexeiras; Alisson Micael da Silva Santos; José Bruno da Silva Vasconcelos, o “Bruninho”, que está preso; Bruno “Gordinho” e Wilker – também presos.