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Advogada de vítima de estupro vai pedir saída de delegado do caso

A advogada da jovem de 16 anos, vítima de estupro coletivo na Zona Oeste do Rio, disse que vai pedir a saída do delegado Alessandro Thiers — titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) — do caso. Segundo Eloisa Samy Santiago, o delegado estaria criminalizando a vítima:

— Ele está criminalizando e culpabilizando a vítima. Uma das perguntas que fez ontem, e que fiquei absolutamente estarrecida e indignada, foi se a vítima tinha por hábito fazer sexo em grupo. Isso para uma vítima de estupro coletivo. Encerrei o depoimento.

Eloisa disse ainda que vai fazer contato com a Promotoria da Infância e Juventude:

— Espero que isso chegue às autoridades máximas do estado. Quando você tem o próprio delegado criminalizando e culpabilizando a vítima, você entende por que tantas mulheres deixam de levar ao conhecimento das autoridades as denúncias sobre abuso sexual e violência. Isso é um exemplo perfeito e acabado. Mesmo com toda a atenção da mídia e com repercussão internacional do caso.

 

Lucas Pedroso (de boné) e Raí de Souza prestaram depoimento na noite desta sexta-feira e negaram o estupro Foto: Fábio Guimarães / Extra

 

A advogada também negou a versão de Lucas Pedroso Duarte Santos, de 20 anos, e de Raí de Souza, de 22 anos, apresentada na noite desta sexta-feira. Segundo o depoimento deles, os dois saíram de um baile funk na madrugada do último dia 21 e foram com a menina e uma amiga, de 18 anos, para uma casa abandonada da comunidade. Lá, segundo os suspeitos, Lucas fez sexo com a amiga, e Raí com a vítima. Na versão dos dois, tudo foi consensual e ninguém teria consumido drogas.

— É óbvio que ele vai dizer que não houve estupro. Isso é tese defensiva. Será que precisaria um vídeo mostrando a cena do estupro em si para alguém dizer que seria estupro? Aparecem 30 homens falando durante o vídeo e dizendo o que estava acontecendo. Ainda assim não foi estupro? Para variar, a palavra da vítima não conta — acrescentou a advogada da menor.

O EXTRA entrou em contato com a Polícia Civil, mas ainda não teve resposta.