Taxistas das Asprotam ocuparam a galeria da Câmara contra o projeto do vereador Silvânio Barbosa (PMDB)
Dezenas de taxistas realizaram nesta quinta-feira, 2, um ato contra o Projeto de Lei, de autoria do vereador Silvânio Barbosa, que autoriza o uso de carros particulares para o transporte de passageiros, classificada pelo grupo como “transporte clandestino”. Após a mobilização em frente ao prédio da Câmara Municipal de Maceió, o grupo ocupou a galeria da Casa para pressionar os edis.
O representante da Associação dos Profissionais do Táxi de Maceió (Asprotam), Everaldo Junior, o projeto é prejudicial à categoria. “Somos contra a este projeto midiático do vereador Silvânio Barbosa, que quer criar o transporte clandestino. A categoria não aceita, não concorda, não suporta e não vai admitir esse projeto dele. Então viemos aqui, de forma pacífica, pressionar o presidente da Casa, porque a gente soube que o vereador Silvânio pediu ontem, regime de urgência, a aprovação do projeto. Se fosse o caso de futuramente discutir um projeto que seja o de táxi lotação e não transporte clandestino”, disse o representante da Asprotam.
Vereador Silvânio Barbosa
Em resposta, o vereador Silvânio Barbosa explicou que criou o projeto após ser procurado pela categoria que já trabalha de forma clandestina com transporte e alegou que a ideia é suprir a falta de transporte público na região do Benedito Bentes e Fernão Velho. “Em Maceió, após a dezoito horas, a frota dos ônibus reduz em sessenta por cento e a população do Carminha, Selma Bandeira, Fernão Velho, Rio Novo, para sair de casa a noite, não tem condições de pagar corridas de táxi convencional e o alternativo seria a solução. Além disso, é uma categoria que vive sendo perseguida pela polícia e SMTT”, justificou o vereador.
Para o vereador Chico Filho, o ideal seria abrir oportunidade para mais profissionais serem regularizados e não criar uma categoria clandestina. “O projeto fala da legalização do carro particular para fazer transporte de passageiros, mais na frente fala de placa vermelha, mais na frente fala do controle da SMTT. Na realidade é um grande samba do crioulo doido. O projeto ainda está muito confuso. O meu projeto cria vagas ofertadas num sistema já existente. Cria oportunidade para diaristas terem praças, e os clandestinos que queiram comprar uma praça se legalizem. É isso que precisa se discutir, trazer todos para a legalidade, sem prejudicar o que já existe. O projeto do Silvânio é liberar táxi particular para a lotação. A gente tem que trabalhar para melhorar o serviço eu existe e não acabar com ele. Porque aí vai começar a nivelar por baixo, o serviço vai cair e nós vamos perder o controle do nosso serviço”, criticou.
As discussões sobre o projeto começaram ainda na sessão dessa quarta-feira (01). Após o vereador Silvânio Barbosa ter pedido a tramitação do projeto em regime de urgência e uma relatoria especial e ter a discordância por parte do vereador Chico Filho, os ânimos se alteraram e os edis iniciaram um embate em plenário.
O resultado foi um pedido de representação na Comissão de Ética do vereador Chico Filho contra o vereador Silvânio Barbosa.
“O vereador Silvânio ainda não entendeu que no campo da política existe diversidade de opiniões, pessoas pensam diferentes e cada um respeita o outro. Mas quando ele é contrariado ele deixa de respeitar quem é contra ele. Com gritos ele tentou induzir as pessoas contra mim e acabou passando dos limites. Desta forma já apresentei o requerimento verbal na Tribuna e vou fazer uma representação ao Conselho de Ética. A gente tem que acabar com isso, porque já aconteceu com outros vereadores e não podemos deixar que continue. Eu não sou nenhum menino amarelo para colocar a minha condição física em risco por conta de capricho de quem quer que seja. Então exijo respeito”, disse o vereador Chico Filho.
Em sua defesa, o vereador Silvânio Barbosa disse que sempre foi a favor de todos os tipos de transporte e foi interpretado mal pelo vereador Chico Filho. Caso seja representando, vai apresentar sua defesa.
“Antes de ser vereador, já era favorável a todos os tipos de transportes, seja lotação, táxi, moto taxi. Sempre me comportei da mesma forma. Sempre falei no olho os meus pensamentos. Se o Chico não gostou das palavras que eu usei, foi porque ele interpretou errado. Ele pode me acionar, e eu, mais uma vez, em mais um processo, vou ter direito ao contraditório e me defender. Evidentemente não há nenhuma comprovação legal de que eu cometi crime contra qualquer um nesta casa. Apenas coloquei que a sociedade precisa saber do posicionamento dele, que contra o transporte alternativo. Mas ele fique a vontade, que vou me defender sempre”, declarou Silvânio.