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Mulheres alagoanas fazem ato contra a “Cultura do Estupro” na Orla da Ponta Verde

Um grupo de mulheres realizou na tarde deste sábado, 04, um ato na Orla da Ponta Verde, contra a “cultura do estupro” no Brasil e em defesa dos direitos das mulheres. Lembrando o caso do estupro coletivo de uma adolescente no Rio de Janeiro, as manifestantes exigiram cartazes e pinturas em seus corpos.

Em caminhada, o grupo partiu do antigo Alagoinha, na Ponta Verde, em direção ao IPHAN/AL, onde dará continuação a ocupação do local.  Das 18h30 às 20h, o ato público contará com apresentação de bandas e cantoras feministas.

De acordo com a organização do evento, o ato tem como objetivo fazer com que as mulheres alagoanas acordem para seus direitos e não aceitem mais nenhum tipo de violência.

“A reação de algumas pessoas ao estupro, dizendo que a menina é usuária de droga, que estava naquele lugar porque quis, põe a culpa do estupro na vítima. A gente tem que refletir que os homens sabiam o estavam fazendo. Eles agiram com base no machismo, vendo as mulheres como objetos sexuais, que podem ser tratadas de qualquer forma. O que aconteceu foi um crime, e esses criminosos têm que ser presos. Essa naturalização da violência contra a mulher faz com que milhares de nós sejamos violentadas todos os dias. Para se ter uma ideia, a cada onze minutos é notificado um caso de estupro no Brasil, esse número é bem maior na realidade” explica Lu Araújo, do Movimento Mulheres em Luta (MML).

 Atualmente, o investimento direcionado às vítimas de violência contra a mulher é de 26 centavos. “A gente tem que lembrar que a responsabilidade por casos como esse, não é só dos criminosos que agridem as mulheres diretamente. Falta investimento público nas políticas para as mulheres, hoje cada vítima de violência machista tem que ser tratada apenas 0,26 centavos. Nossa situação não vai melhorar com o Governo Temer. A futura secretária nacional de políticas contra mulheres já se posicionou contra o aborto em casos de estupro, por exemplo. Por tudo isso, exigimos 1% do PIB para as políticas de combate a violência machista”, completa Lu Araújo.