Hackers russos conseguiram invadir a rede de computadores do Comitê Democrático Nacional (DNC, na sigla em inglês) e roubar dados de pesquisa sobre o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os hackers tiveram acesso ao tráfego de e-mails e chat desde o último verão americano, reportou o Washington Post nessa quinta-feira (14/06). Entretanto, nenhum dado financeiro foi roubado, sugerindo que a motivação do ataque teria sido espionagem.
Os autores da invasão pertencem a dois grupos distintos que já foram relacionados ao governo russo, de acordo com a empresa de segurança Crowdstrike, que foi contratada para reparar o vazamento de dados.
Batizados de “Cozy Bear” e “Fancy Bear”, os dois grupos são famosos por hackear governos ao redor do mundo, informou a Crowdstrike em um post publicado em seu blog. O Cozy Bear, por exemplo, infiltrou redes usadas pela Casa Branca e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos no ano passado. Foi o primeiro grupo a invadir a rede do DNC em 2015, enquanto o Fancy Bear conduziu seu ataque em abril deste ano.
“Eles estavam procurando por informações sobre estratégias, campanha política, planos de política estrangeira, etc”, acrescentou a Crowdstrike via e-mail.
Não está claro como os grupos conseguiram infiltrar a rede do DNC. Mas ambos já usaram ataques sofisticados do tipo phishing para mirarem suas vítimas passadas, explicou a Crowdstrike.
Os dois grupos também trabalharam persistentemente para limpar seus rastros e evitar serem detectados pelo DNC, mas a invasão foi impedida no último final de semana. Aparentemente, os grupos não trabalhavam juntos.
O DNC, o órgão de coordenação do partido democrata americano, confirmou a invasão nessa quinta.
Em maio, o chefe de inteligência dos EUA, James Clapper, alertou sobre hackers colocarem candidatos a presidência como alvo por razões que incluíam espionagem. Os ataques poderiam intensificar, disse ele na ocasião.
O Cozy Bear e Fancy Bear estão entre os grupos de hacking mais sofisticados no mundo, segundo a Crowdstrike. Além dos Estados Unidos, os grupos miraram vítimas na Europa, China, Japão e atacaram uma variedade de setores incluindo defesa, aeroespacial e energia.