O Chile não se intimidou diante da fanática e maciça torcida mexicana no estádio Levis, em Santa Clara, nos Estados Unidos, e atropelou os rivais com uma goleada imponente por 7 a 0. Agora, os atuais campeões da Copa América buscarão uma vaga na grande final da edição Centenário da competição na terça-feira, em Houston, em duelo contra a Colômbia, que eliminou o Peru apenas nos pênaltis. No dia seguinte, os donos da casa desafiam a Argentina.
O grande destaque da partida deste sábado foi o chileno Vargas, conhecido da torcida brasileira. O meia marcou nada menos que quatro gols na goleada surpreendente e histórica. Puch, duas vezes, e Alexis Sanchéz também balançaram as redes. Vidal, apesar de não ter feito o seu, foi fundamental e participou de todos os gols chilenos. Aliás, o jogador do Bayern de Munique só deixou o campo lamentando ter levado mais um cartão amarelo, o que o tira da semifinal.
Apesar do placar elástico, o México pode ficar satisfeito por não ter levado ainda mais gols, já que os chilenos eram perigosos em praticamente todos os ataques. Isso porque o México estava invicto sob o comando do ex-técnico são paulino, Juan Carlos Osório. A equipe havia levado apenas dois gols em oito jogos. Neste sábado, levou dois só no primeiro tempo e, depois, mais três na etapa final. A equipe fez a melhor campanha do Grupo C na Copa América, com duas vitórias e um empate.
Já o Chile, depois de uma primeira fase pouco animadora, com duas vitórias e uma derrota, suficiente para classificar a equipe na segunda colocação, chega embalada à semifinal depois de registrar a maior derrota do México em uma edição de Copa América.
Chile sobra
Apesar da torcida mexicana praticamente lotar sozinha o estádio Levis, a seleção chilena não se intimidou e dominou completamente todo o primeiro tempo do confronto deste sábado, até sem enfrentar grandes dificuldades. O México tentava, na base da correria, ser perigoso, mas os poucos jogadores no ataque sequer conseguiam manter a posse de bola por muito tempo.
O Chile, por sua vez, tocava a bola com tranquilidade e encontrava os espaços na fraca marcação mexicana. Os lançamentos de Vidal também criavam perigo a todo momento à defesa comandada pelo goleiro Ochoa.
Aos 9 minutos, na primeira chegada mais efetiva do jogo, Vidal encontrou Puch na direita. Araujo travou e salvou o México. Mas, o gol parecia questão de tempo. E não demorou. Aos 15, Sánchez recebeu na área, dominou e, entre dois marcadores, achou Aránguiz. O volante rolou para Díaz, que que encheu o pé. Ochoa espalmou, mas Puch pegou a sobre e tocou para o gol vazio. 1 a 0.
O México sentiu o baque pelo gol tomado muito cedo, e a própria torcida já perdia sua empolgação inicial. As coisas por pouco não pioraram aos 36, quando Vargas marcou o segundo gol, mas viu o árbitro brasileiro Heber Roberto Lopes anular o lance por causa de impedimento.
Mas, aos 43, não teve jeito. Beausejour tocou para Sanchéz na direita. Com espaço e tempo para pensar no que fazer, o atacante do Arsenal viu Vargas livre na área, desta vez vindo de trás. O meia, desejado por muitos clubes brasileiros, só teve o trabalho de bater na saída de Ochoa. 2 a 0 e vaga encaminhada ao Chile.
Gol atrás de gol
E tudo ficou definido com o início da etapa final. Apesar do ex-técnico são-paulino Juan Carlos Osório ter efetuado duas substituições no intervalo, logo aos 3 minutos o Chile ampliou ao tomar a bola no campo de defesa do adversário. Vidal entrou na área pela esquerda e só rolou para Alex Sanchéz bater para o fundo do gol.
Atordoado, o México se entregou e o jogo entrou em ritmo de treino para os chilenos, que não tinham dó dos rivais. Mal deu a saída de bola no meio de campo, os mexicanos bobearam de novo, desta vez ao tentar fazer uma linha de impedimento, e Vargas ficou cara a cara com Ochoa e não desperdiçou. 4 a 0 fácil.
Aos 12 minutos a vitória chilena se transformou em vexame para os mexicanos. Beausejour tabelou com Sánchez e finalizou. Ochoa espalmou para o meio da área, e Vargas aparece para fazer o seu terceiro no jogo. 5 a 0. Não perca a conta.
O Chile ainda perdeu mais duas chances claras de gol nos minutos seguintes e só sofreu algum risco aos 16 minutos, quando Peña desperdiçou uma chance incrível dentro da área. O lance não serviu para amenizar a impaciência dos torcedores do México, que paralisaram a partida por atacar objetos em campo.
Nada, porém parava o Chile, que em ritmo de treino perdia muitas chances de gol e mesmo assim registrou a maior goleada da Copa América. E Vargas foi o maior responsável pelo atropelo, já que aos 28 minutos o meia marcou seu quarto gol, o sexto do Chile, depois de aproveitar sobra de bola pela direita, já praticamente sem ângulo.
A partir dai, o Chile passou a se poupar em campo e investir apenas “na bola boa”. Mesmo assim, ainda era perigoso diante de um México rendido em campo e sem sua principal força, pois boa parte dos torcedores deixou o estádio mais cedo, enquanto os chilenos, em minoria, se faziam ouvir com gritos de “olé”.
Quem ficou, ainda pôde assistir mais um gol chileno, o segundo de Puch, com um lindo toque por cima do goleiro Ochoa. 7 a 0. E o árbitro brasileiro Heber Roberto Lopes, em solidariedade, sequer acrescentou algum tempo antes de apitar o fim de jogo.
FICHA TÉCNICA
MÉXICO 0 X 7 CHILE
Local: Estádio Levis, em Santa Clara (Estados Unidos)
Data: 18 de junho de 2016 (sábado)
Horário: 23h10 (horário de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Brasil)
Cartões amarelos: MÉXICO: Guardado, Layún. CHILE: Vidal.
GOLS:
CHILE: Puch, aos 15, e Vargas, aos 43 minutos do 1T. Alexis Sanchéz, aos 3, e Vargas, aos 6, aos 12 e aos 28, e Puch, aos 42 minutos do 2T
MÉXICO: Ochoa, Aguilar, Araújo, Moreno e Layún; Dueñas (Carlos Peña), Herrera e Guardado; Lozano (Raúl Jiménez), Corona e Chicharito.
Técnico: Juan Carlos Osório.
CHILE: Bravo, Fuenzalida, Medel (Enzo Roco), Jara e Beausejur (González); Aránguiz, Díaz (Silva) e Vidal; Puch, Vargas e Sánchez
Técnico: Juan Antonio Pizzi.