A Polícia Federal (PF) concluiu, nesta terça-feira (21), o inquérito da 29ª fase da Operação Lava Jato e indiciou o ex-tesoureiro do Partido Progressita (PP) João Cláudio de Carvalho Genu, o sócio dele Lucas Amorim Alves, a esposa Cláudia Gontijo Resende Genu e o cunhado Antônio Gontijo de Rezende.
A 29ª fase foi chamada de Repescagem. Entre os crimes citados na conclusão do inquérito estão formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro.
O indiciamento significa que a PF encontrou provas dos crimes cometidos. O próximo passo agora será o oferecimento de denúncia ou não pelo Ministério Público Federal (MPF).
A força-tarefa da Lava Jato afirma que Genu seria o responsável por receber a propina de contratos firmados no setor de Abastecimento da Petrobras e por distribuí-la. 60% dos recursos iam para o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e 30%, para parlamentares do PP. Os outros indiciados ajudavam Genu na dissimulação de propriedades e bens, por meio de sociedades em empresas, ainda de acordo com as investigações.
As investigações da PF apontam ainda que o ex-tesoureiro do PP movimentou R$ 7 milhões, sem justificativa, entre 2005 e 2013. Desse montante, pelo menos R$ 2 milhões ficaram com ele.
Genu também foi assessor do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010, e foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão do PT em 2012. Após recurso, em março de 2014, Genu foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro. Ele também tinha sido denunciado por corrupção passiva, mas o crime prescreveu. Atualmente, ele está detido na sede da carceragem da Polícia Federal.
Os indiciados pela PF são:
– João Claudio de Carvalho Genu: formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva
– Lucas Amorim Alves: lavagem de dinheiro
– Cláudia Gontijo Resende Genu: lavagem de dinheiro
– Antonio Gontijo de Rezende: lavagem de dinheiro
O G1 tenta contato com os advogados dos investigados.
Na conclusão do inquérito, o delegado Luciano Flores de Lima deixou de indiciar pelo crime de formação de quadrilha os ex-deputados Pedro Corrêa, Pedro Henry, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef em razão de já estarem respondendo pelo mesmo crime em outros inquéritos e ações penais da Lava Jato. Flores também deixou de indiciar José Janene em razão de seu falecimento.