— Eu vi a Dercy Gonçalves desfilando com os seios de fora (foi na Viradouro em 1991) e falei que um dia seria a minha vez. E não é que chegou mesmo? E o meu não tem silicone algum, mas está tudo em cima (risos) — brincou Mara Célia de Paula, de 56 anos, que desfila como baiana há dois.
Solteira, a aposentada Adelina Ferreira de Andrade, de 64 anos, também brincou e disse que agora vai arrumar um marido e casar.
— Eu estou à procura. Quem sabe não vai ser desfilando assim que vou arrumar alguém? — disse Adelina, para gargalhada das companheiras de ala.
Por orientação de Laíla, nenhuma das integrantes pode ter prótese de silicone. A ideia é que as baianas estejam ao mais natural possível. Elas irão representar mães indígenas no desfile sobre o romance “Iracema, a virgem dos lábios de mel”, do escritor José de Alencar.
O presidente da ala das baianas da Azul e branco, Luiz Fernando da Silva, o Luizinho Cabuloso, de 63 anos, já pensa no Estandarte de Ouro, prêmio concedido pelo jornal “O Globo”.
— As baianas estarão dentro de um contexto. Não é algo pornográfico. Índio andava nu. Todas aceitaram porque será tratado de uma forma respeitosa — afirmou.