Mais dois foram presos neste domingo suspeitos de envolvimento no ataque.
Um total de 85 feridos do atentado de Nice da quinta-feira (17) seguem hospitalizados, entre os quais 17 adultos e uma criança estão em estado crítico, informou neste domingo (17) a ministra da Saúde, Marisol Touraine. Duas pessoas foram presas na manhã deste domingo suspeitas de envolvimento com o ataque.
As 18 pessoas em estado crítico estão entre os 29 feridos ainda em “reanimação”, precisou a ministra, que advertiu que “são dados que podem evoluir muito rápido” em um ou outro sentido. “Para a maior parte delas, a hospitalização deveria terminar relativamente rápido”, acrescentou. Entre os 85 feridos ainda resta identificar um.
No sábado, a ministra informou que a apuração total de feridos de distintas gravidades pelo atentado chegou a 303, aos quais se somam 84 vítimas mortais do terrorista que atentou nessa cidade do Mediterrâneo francês no Dia da Queda da Bastilha.
Após o massacre, cerca de 300 pessoas foram atendidas pelas equipes de atendimento psicológico.
Novas prisões
A polícia francesa prendeu um homem e uma mulher na manhã deste domingo (17) suspeitos de envolvimento com o ataque durante a celebração do Dia da Queda da Bastilha.
No total, sete pessoas já foram detidas por suspeita de ligação com o ataque, que foi reivindicado pelo grupo radical Estado Islâmico. As outras cinco pessoas, incluindo a ex-mulher do motorista que avançou com um caminhão matando as pessoas que estavam à beira-mar, ainda permanecem em prisão e sendo interrogadas.
A suspeita de que o autor do massacre tivesse cúmplices aumentaram após a análise do celular, encontrado na cabine do caminhão utilizado no atentado, mostrar a mensagem “Traz mais armas”. O interlocutor está entre os presos.
O ataque
O ataque em Nice foi feito por um motorista que avançou com um caminhão entre as pessoas que estavam à beira-mar, festejando a queda da Bastilha na quinta-feira (14), deixando 84 mortos e 200 feridos.
O motorista, identificado como Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, que nasceu na Tunísia e morava em Nice, foi morto pela polícia.
Em mensagem carregada de ódio, cuja veracidade não foi ser confirmada, al Adnani afirmou que “atacar aos chamados civis é o melhor e mais útil”.
No discurso de 31 minutos de duração, divulgado pelas das redes sociais, o porta-voz do EI pediu para seus simpatizantes que qualquer ataque, por menor que seja, na casa do inimigo, é melhor que um grande nos territórios que controlam.
Para a Promotoria francesa, o atentado em Nice encaixa no tipo de ameaça do EI, que pediu em janeiro para usar balas, facas ou “carros” para matar os infiéis.
Prisões
A polícia francesa prendeu neste sábado três pessoas em Nice como parte da investigação aberta sobre o atentado, subindo para cinco o número de detidos.
Primeiro-ministro
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, disse na sexta (15) que o autor do atentado em Nice “sem dúvida tem ligações com o islamismo radical”. Ele falou sobre o assunto durante participação em um jornal do canal de TV France 2.
O primeiro-ministro disse que a França irá ganhar a guerra contra o terrorismo, mas admitiu temer que “novas réplicas aconteçam”. “Os terroristas procuram nos dividir”, prosseguiu, criticando políticos que “não estão à altura do momento”, sem deixar claro a quem se referia.
Valls também voltou a dizer que não houve falha de segurança e destacou que “15 planos de atentados foram frustrados nos últimos três anos, incluindo um particularmente importante na primavera”.
Ele assegurou que a coalizão internacional que combate o EI será reforçada, promessa feita na quinta pelo presidente François Hollande em seu pronunciamento na TV.
Segundo Valls, na próxima semana haverá uma reunião “muito importante” em Washington, nos EUA, da qual participará o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian. “Vamos reforçar a capacidade da coalizão”, afirmou.