Segundo promotoria, Rogério Menezes escolheu os algozes de Carlos Roberto, além de arquitetar o plano de morte.
O julgamento do acusado de coordenar a morte do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, crime ocorrido há 12 anos, ocorre na manhã desta quarta-feira (20), no Fórum do Barro Duro. Rogério Menezes é o sexto homem apontado pela promotoria como membro da popular Gangue Fardada (grupo de extermínio que atuava em Maceió) e que teria interesse direto na morte do pedreiro.
Previsto para acabar por volta das 23h de hoje, o juiz do caso é o magistrado John Silas, a defesa de Rogério Menezes é feita pelo advogado Raimundo Palmeira. De acordo com o advogado, a tese é de total negativa de autoria. “Esse é um processo anômalo e correu em grande parte sem que se quer o réu fosse informado. A defesa espera mostrar que não houve fuga das audiências, ele perdeu a mãe fuzilada e havia medo de morrer ao comparecer”, justifica o advogado.
Ainda na visão da defesa, o réu não pode ser condenado desta maneira e por esse crime. “Se hoje condenarem o Rogério, ele será condenado à morte no presídio, pois os algozes da mãe dele estão todos presos”, destaca Raimundo Palmeira.
Rogério era presidente da associação de moradores do conjunto em que morava a vítima, no Clima Bom. De acordo com o promotor Carlos Davi, Rogério teria se desentendido com o servente, além de exercer “uma certa” influência no conjunto habitacional que era comandando pelo ex-deputado estadual Luiz Pedro, condenado pelo crime há 26 anos e cinco meses de reclusão, mas que permanece em liberdade na espera do trânsito em julgado da sentença. Ainda segundo o promotor, o réu intermediava a escolha de “vigilantes” para o ex-deputado estadual de modo a executar funções policiais, de controle e extermínio de desafetos.
“Nossa tese é de que Rogério é o autor intelectual e que ele tinha participação ativa na escolha desses ‘vigilantes’ que atuavam nesses conjuntos habitacionais”, disse o promotor.
Rogério Menezes é acusado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, formação de quadrilha e sequestro. Além dele, outras quatro pessoas: Adézio Rodrigues Nogueira, Láercio Pereira de Barros, Naélson Osmar Vasconcelos de Lima, Leoni Lima, já foram também condenadas pelo crime.