Depois de seguidas investigações que apontaram fraudes no processo de pagamento do Bolsa Família, o governo interino do presidente Michel Temer (PMDB) espera identificar o perfil do grande fraudador e estancar a sangria que pode somar quase R$ 2,5 bilhões. A informação foi dada pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Alberto Beltrame, na manhã desta quarta-feira (27), em visita a Maceió.
De acordo com Beltrame, a comissão especial que compõe membros das secretarias de Desenvolvimento Social, Fazenda, Planejamento, Transparência, Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal (MPF), ainda não tem um levantamento oficial do rombo total, nem para Alagoas e nem no Brasil, mas espera cruzar esses dados no mais curto espaço de tempo possível.
“O MPF fez um levantamento há um ano e detectou um número elevado de pessoas que compram, que tem imóveis, carros zeros, informações estas que não haviam no programa, mas esses dados divergem de outros órgãos como a antiga CGU [Controladoria Geral da União], BNDES, TCU e MPF. Por isso a ideia é unificar os conceitos e cruzar essas bases de dados”, diz o ministro.
Com isso, o comitê especial pretende avaliar identidades, CPFS e PIS dos beneficiários para verificar se há algum tipo de irregularidade e qual o comportamento danoso. “A nossa preocupação mair não é identificar o pequeno fraudador, pois digamos que tenhamos uma média de 2% de frauda, vai ter município então que esse número vai chegar a 30%, e esse é o dado que nos interessa. É aí que podemos pegar o maior volume e sistematizar para que possamos intervir na questão”, diz o secretário.