Nova campanha do governo foca em pessoas com mais de 40 anos.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (28) a compra de 35 mil medicamentos contra hepatite C. O custo não foi informado e não há estimativa de quando os remédios estarão disponíveis. Esta é a segunda leva de aquisição dos remédios. Segundo a pasta, 22.899 pessoas foram tratadas com 31,8 mil unidades de medicamentos contra a doença desde outubro de 2015.
Segundo o ministro Ricardo Barros, o estoque é suficiente para atender toda a demanda. Ele minimizou as crítica de estados relatando atraso na distribuição dos medicamentos. “A situação está sendo regularizada. O que houve foi um atraso na transição do governo.”
O tratamento para hepatite é feito com os medicamentos simeprevir, sofosbuvir e daclastavir. Eles são administrados por 12 semanas, renováveis por mais 12.
Segundo a diretora do departamento do ministério que trabalha na prevenção a DSTs, Aids e hepatites virais, Adele Schwartz, a eficiência dos medicamentos é de 95%. Ela também afirmou que os estados e municípios devem ter o cuidado de notificar o ministério sobre casos da doença. “A vigilância precisa ter uma ação entre profissionais de saúde para estimular a notificação”, declarou.
O músico Gilson Peranzzetta usou os remédios. “Quando tinha 19 anos, sofri um acidente no Exército e fui contaminado na transfusão de sangue. Fiquei 50 anos com a doença”, contou. “A alegria que fiquei depois de me curar é que minha música mudou de som sem essa espada na minha cabeça e com essa gratidão enorme.”
Campanha de prevenção
Para o Brasil ter mais noção do impacto da doença, o ministério iniciou nesta quinta a campanha de prevenção às hepatites, focando na população com mais de 40 anos – parcela que registra a maior incidência de infecções. Em geral, são pacientes que foram contaminados quando submetidos a cirurgias de grande porte, transfusões de sangue, fizeram tatuagem ou usaram drogas injetáveis antes de 1993.
A hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação do fígado. Raramente desperta sintomas. Muitos dos pacientes só descobre décadas depois quando aparecem os sintomas de doença avançada do fígado. A transmissão ocorre por meio de contato com sangue contaminado.