Após a circulação de uma gravação que citava uma possível lista de agentes públicos a serem assassinados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), se manifestou sobre o ocorrido em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (1º), durante aula inaugural do Curso de Formação de Praças, no Jaraguá.
De acordo com o governador, o Estado está preparado para qualquer tipo de represália por parte dos bandidos e alerta para a não existência de nenhuma lista desse tipo. O boato, segundo o governador, teria surgido logo após a série de prisões realizadas pela Polícia Militar, inclusive de membros de organizações criminosas.
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“Quando se apreende uma grande quantidade de droga, isso significa um grande prejuízo para esse grupo de criminosos, por isso eles ameaçam e tentam fazer com que a violência impere. Eles gostam do clima de insegurança, mas temos tido firmeza mesmo nesse momento de dificuldade”, disse Renan Filho.
A informação foi compartilhada em redes sociais na última sexta-feira (29) após a cúpula de Segurança Pública ter apresentado três supostos líderes do PCC em Alagoas e que juntos comandavam a região e ações criminosas nas cidades de Maceió e Rio Largo.
Ainda segundo Renan Filho, o estado está buscando melhorias na área da segurança e por isso antecipa a convocação de policiais da reserva de outubro para setembro, de modo que até o final do primeiro trimestre de 2017 todos os 800 novos policiais estejam na rua. “Convocar os policiais militares para Alagoas é um dos principais compromissos que assumi com o povo alagoano e nós estamos seguindo no caminho de convocar os 800 membros da reserva técnica e hoje são mais 200 novos recrutas que vão ajudar na segurança”, diz.
Rio Grande do Norte
A série de atentados ocorridos no Rio Grande do Norte deixa o governo de Alagoas em alerta. Renan Filho aproveitou também para manifestar apoio ao governador potiguar, Robinson Faria. “Nós estamos aqui à disposição, o Brasil é uma federação e precisamos trabalhar em conjunto. Pelo que li na imprensa, vão enviar tropas do Exército”, disse Renan Filho.
A origem da violência que registrou três dias de ataques constantes a coletivos em Natal e regiões do interior teriam sido orquestradas após o governo ter adotado a tecnologia que inibe o uso de celulares em regiões de presídios. Para Renan Filho, essa tecnologia não se sairia muito bem se aplicada em Alagoas.
“O Rio Grande do Norte tomou uma medida extrema, mas aquelas tecnologias possuem alguma dificuldade, por exemplo, em um presídio urbano implicaria em calar ali toda ou parte da Universidade Federal de Alagoas [Ufal]. Então ele não tem uma capacidade de bloquear uma área exata, então quando o presídio é afastado dá pra fazer, quando é encrustado dentro da cidade há mais dificuldade”, explica.