Era de se esperar que “Esquadrão Suicida”, filme que reúne um time de vilões nem tão famosos assim da DC, fosse caótico. A ideia afinal é mostrar esse grupo de personagens mentalmente instáveis e de moral questionável aceitando o trabalho dos super-heróis por um dia para tentar passar menos tempo na cadeia. E isso está lá, seja quando a produção berra nas cenas de ação ou exagera em seus momentos catastróficos.
O que não dava para esperar é que o caos atingisse com tanta força essa seleção de assassinos, psicopatas e outros membros da ala da prisão perpétua, bagunçando o desenvolvimento dos personagens a ponto de eles não conseguirem ser… malvados. O Batman de Ben Affleck é mais perverso que a equipe de “bad guys” da DC. Acho que eles… mandaram mal.
Viajo porque preciso, volto porque não sei
A falta de identidade fica gritante quando o time embarca na tal “missão sem volta”. O diretor David Ayer gerencia a personalidade dos suicidas como se estivesse brincando com um painel de força: esses caras são individualistas, BANG, mas pensando bem agora eles se sentem uma família; vamos fazer com que ela fuja do time agora e, BANG, não, claro que não, ela sempre preferiu ficar com os parças; esses caras são perigosos, BANG, ei, espere aí, eles não querem a dominação mundial.
Como Arlequina, ajudante e namorada do Coringa, Margot Robbie tenta servir de alívio cômico com piadas sobre sua (in) sanidade que quase sempre surgem com um “timing” horrível. Você ri na primeira vez, mas tem dificuldade nas 15 seguintes. A insistência em sua sexualização, com inúmeras cenas descaradamente focadas em sua bunda, também são sofríveis. Se o objetivo é ver a Robbie pelada, vá assistir ao “Lobo de Wall Street”. Lá pelo menos existe um contexto.
Joel Kinnaman (“Robocop”) passa em branco como Rick Flag, o estereótipo clássico de soldado americano que é tão bidimensional quanto você imagina. Will Smith e Viola Davis aparecem um pouco melhores como Pistoleiro e Amanda Waller, respectivamente, pois de fato são os atores mais gabaritados do elenco. No papel de um inimigo clássico do Batman, Smith, porém, ainda esbarra em cenas mal escritas e conflitos com Kinnaman dignos de uma briga de recreio.
Era de se esperar que “Esquadrão Suicida”, filme que reúne um time de vilões nem tão famosos assim da DC, fosse caótico. A ideia afinal é mostrar esse grupo de personagens mentalmente instáveis e de moral questionável aceitando o trabalho dos super-heróis por um dia para tentar passar menos tempo na cadeia. E isso está lá, seja quando a produção berra nas cenas de ação ou exagera em seus momentos catastróficos.
O que não dava para esperar é que o caos atingisse com tanta força essa seleção de assassinos, psicopatas e outros membros da ala da prisão perpétua, bagunçando o desenvolvimento dos personagens a ponto de eles não conseguirem ser… malvados. O Batman de Ben Affleck é mais perverso que a equipe de “bad guys” da DC. Acho que eles… mandaram mal.
Viajo porque preciso, volto porque não sei
A falta de identidade fica gritante quando o time embarca na tal “missão sem volta”. O diretor David Ayer gerencia a personalidade dos suicidas como se estivesse brincando com um painel de força: esses caras são individualistas, BANG, mas pensando bem agora eles se sentem uma família; vamos fazer com que ela fuja do time agora e, BANG, não, claro que não, ela sempre preferiu ficar com os parças; esses caras são perigosos, BANG, ei, espere aí, eles não querem a dominação mundial.
Como Arlequina, ajudante e namorada do Coringa, Margot Robbie tenta servir de alívio cômico com piadas sobre sua (in) sanidade que quase sempre surgem com um “timing” horrível. Você ri na primeira vez, mas tem dificuldade nas 15 seguintes. A insistência em sua sexualização, com inúmeras cenas descaradamente focadas em sua bunda, também são sofríveis. Se o objetivo é ver a Robbie pelada, vá assistir ao “Lobo de Wall Street”. Lá pelo menos existe um contexto.
Joel Kinnaman (“Robocop”) passa em branco como Rick Flag, o estereótipo clássico de soldado americano que é tão bidimensional quanto você imagina. Will Smith e Viola Davis aparecem um pouco melhores como Pistoleiro e Amanda Waller, respectivamente, pois de fato são os atores mais gabaritados do elenco. No papel de um inimigo clássico do Batman, Smith, porém, ainda esbarra em cenas mal escritas e conflitos com Kinnaman dignos de uma briga de recreio.
Piada sem final
Mas e o Coringa? Bom, o tão prometido ás de copas de “Esquadrão Suicida” pode ser considerado no máximo uma participação especial. A versão “clubber gangsta” de um dos maiores vilões da cultura pop mundial aparece por cerca de 15 minutos (em uma estimativa otimista!) das 2 horas e 3 minutos de projeção.
São 10 cenas no máximo, e em nenhuma delas o Coringa de Jared Leto (“Clube de compras Dallas”) contracena com outra grande figura além da Arlequina. Em suas rápidas aparições (geralmente em flashbacks), o joker!… o palhaço!… não é nem membro do esquadrão, nem adversário do time. Ele funciona como interesse romântico (e injustificado) da Arlequina. E assim como os outros personagens do filme, não fica claro se a ideia de Ayer era costurar as motivações de Harley Quinn ou explorar sua dependência doentia do palhaço do crime. Em ambos os casos, falta bastante leite Ninho.
Por isso, é difícil (e imprudente, e injusto) tentar comparar o desempenho de Leto com o de Jack Nicholson e Heath Ledger. Goste você ou não das tatuagens caricatas, da joia dentária ou da risada demorada e sem ar, não importa muito. O Coringa de “Esquadrão Suicida” é um subproduto da trama, e todas as cenas em que ele aparece podem ser facilmente cortadas do filme sem prejuízo de entendimento da história. No final, predomina a sensação de que seria melhor se isso tivesse acontecido.
Super-fraqueza
Com total falta de nuance e ritmo, “Esquadrão Suicida” é um filme que falha tanto em ser uma zoeira no gênero de heróis, como também uma aposta ácida da DC – para divertir e/ou chocar – na falta de escrúpulos de algumas das suas criações. Não há evidências em cena de que esses caras sejam tão malvados quanto o que está escrito no gibi, sendo que o próprio filme censura alguns dos momentos que poderiam ser mais polarizantes. O fator cômico poderia ser um poderoso aliado para chutar o balde, mas a auto-consciência acaba falando mais alto.
Se o sucesso de “Deadpool” foi o que motivou as refilmagens de “Esquadrão”, não vai dar não. O novo filme da DC está bem distante do desprendimento e da segurança vistos no filme da Fox. Mas tem uma boa notícia. Perto de “Esquadrão Suicida”, “Batman vs. Superman: A origem da justiça” virou obra-prima.