“Não tem nada a ver com o jogo. Nenhuma das crianças tinha esse jogo. E nenhum deles nem ao menos tinha celular. Em um momento difícil não cabe a ninguém ficar inventando histórias” escreveu o pai num desabafo no Facebook, informação que foi confirmada pelo telefone ao “EXTRA”. Os pais das crianças estão bastante abalados com a história, e estão acompanhando o velório de Arthur.
Os dois meninos estavam brincando na beira do rio quando pegaram um barco. Por volta das 15h30 as crianças entraram na água e desapareceram. O menino mais novo conseguiu se salvar, mas Arthur se afogou. Os bombeiros foram acionados e, após as buscas localizaram o corpo dele. O menino será enterrado às 16h no cemitério da cidade com homenagens dos escoteiros, já que o menino integrava o grupo.
Pais estão em estado de choque
Amiga da família, a esteticista Márcia Medeiros, informou que os pais estão em estado de choque com o que aconteceu. Ela também confirmou que a criança nem tinha aparelho de celular.
– Ele estava brincando com o João Pedro e nenhuma dessas crianças têm celular. Ele não era um guri tecnológico ele lia, brincava de taco na beira de casa, fazia artesanato. Eles foram passear de barco por inocência. O João pedro conseguiu nadar porque mora na região há mais tempo, mas o Arthur não conseguiu sair – explicou.
Ainda segundo a amiga da família, a mãe de Arthur mora no local há apenas quatro meses com outra filha e o segundo marido. Muito abalados, os pais do menino estão sedados.
– Perder um filho já é uma tragédia e a cidade inteira está chamando os pais de irresponsáveis, mas as crianças nem tinham celular. Aquela é uma área particular que deveria estar fechada e temos que cobrar das autoridades. É triste porque a gente vira os olhos e os meninos somem – disse.
Segundo o delegado de Delegacia de Pronto Atendimento de Tramandaí, Paulo Perez, as informações de que o menino estava jogando Pokémon Go foram repassadas pela brigada que estava no local.
— A informação era de que o menino e um colega tinham entrado num barco de fibra e os dois caíram na água. Um conseguiu se salvar e outro não. Eles estariam procurando pokémon, mas isso vai ser investigado pela Delegacia de Imbé — afirmou.
A Delegacia de Imbé ainda não se pronunciou sobre o caso. Pelo Facebook, vários parentes da criança repudiaram a informação de que ele estaria com o celular.