Um misto de sensação de dever cumprido com gostinho de quero mais. Foi esse o sentimento das ginastas brasileiras após ficarem em oitavo lugar na final por equipes dos Jogos Olímpicos Rio 2016, na tarde desta terça-feira, 9 de agosto, igualando a posição conquistada em Pequim 2008. Dever cumprido porque conseguiram alcançar seu principal objetivo, que era chegar a essa final. E gostinho de quero mais porque haviam terminado a fase classificatória em sexto, mostrando que poderiam ter encerrado com uma posição melhor.
“Nós competimos bem, mas cometemos alguns erros. O trabalho foi pensado para chegarmos à final, e isso a gente conseguiu”, disse Lorrane Oliveira, para quem a participação nos Jogos se encerrou. Mesmo caso de Daniele Hypolito, que a partir de agora vai se dedicar a torcer pelas companheiras finalistas Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Rebeca Andrade – além do irmão, Diego Hypolito, que disputará medalha no solo. Aos 31 anos, a ginasta, que está em sua quinta Olimpíada, já começa a se despedir do esporte.
“Vou ficar mais um ano na ginástica, preciso de um tempinho para a transição de carreira, para terminar minha faculdade de marketing. Não ganhei uma medalha olímpica, mas minha carreira foi coroada com a primeira medalha da história do Brasil (prata no solo no Mundial de Gante, em 2001). Fui pioneira em muita coisa. Comecei indo para Sydney, só duas atletas. Depois, em Atenas, fui com a primeira equipe brasileira classificada. Em 2008, fomos finalistas por equipes. Em 2012 passamos por um momento de transição difícil e não conseguimos ir para a final, mas voltamos agora com essa geração que veio para ficar. Que elas continuem firmes e fortes”, incentivou Dani.
Na quinta-feira, 11 de agosto, Rebeca Andrade e Jade Barbosa disputarão a final individual geral. Rebeca foi classificada com a terceira maior nota, o que cria uma certa expectativa por medalha. “Desde que eu acerte tudo bem feito, posso conseguir um pódio sim”, disse a atleta de 17 anos. Nas provas desta terça-feira, Rebeca foi excelente no salto sobre a mesa e forte nas barras assimétricas, mas falhou no solo: “Eu fiquei nervosa, porque estou numa Olimpíada. É um nervoso bom, mas é uma coisa que eu não quero sentir nunca mais”, confessou.
Jade Barbosa, por sua vez, teve uma queda na trave, mas fez uma boa apresentação nas barras assimétricas, ganhando confiança para a prova individual geral. “A trave não foi como eu queria, mas os outros aparelhos foram bons. E eu caí nas assimétricas no evento-teste, mas acertei na classificatória e hoje (terça-feira), então estou mais tranquila”, declarou.
No dia 15, será a vez de Flávia Saraiva voltar a competir, dessa vez na final de trave de equilíbrio. A ginasta de 16 anos estava classificada para o individual geral, mas abriu mão para poder se dedicar exclusivamente ao aparelho no qual tem chances reais de uma medalha. Sempre sorridente, Flavinha se disse feliz com o resultado do grupo: “A equipe estava unida, e isso foi muito bom. E tem dias em que a gente vai muito bem, outros que não, ninguém acerta sempre”.