Ele diz que ensina os alunos a compreenderem mapas com o jogo. Na última segunda-feira (8), ele foi para as ruas da cidade com os alunos.
Um professor de geografia de São José do Rio Preto (SP) tem aproveitado a febre “Pokémon Go” para ensinar sua disciplina aos alunos. Leandro Ferreira, de 34 anos, professor do 3º ano da Escola Municipal Professora Regina Mallouk, diz que analisou o game para ensinar seus alunos a lerem e compreenderem mapas. Na última segunda-feira (8), ele foi para as ruas com os alunos.
“Os alunos não podem trazer celular para a sala de aula, mas neste dia os pais e a escola autorizaram. Fomos às ruas divididos em grupos para mapear o entorno da escola. Colocamos no mapa pontos de ônibus, telefones públicos, casas dos alunos, supermercados e, é claro, pokestops e locais mais comuns para o aparecimento de pokémons”, diz.
Ferreira conta que é jogador de videogame desde criança e ao jogar “Pokémon Go” percebeu o potencial do jogo como ferramenta educacional.
“Como professor, busco sempre a inclusão de novas tecnologias no processo de ensino/aprendizagem. “Pokémon Go” desperta o interesse nas crianças e apresenta um mapa (como o Google Maps).”
Segundo o professor, ele usa o interesse e a motivação dos alunos, que têm 8 e 9 anos, com o game para ensinar sobre mapas e legendas. “Uso o game a meu favor na educação, já que eles gostam de novidades, ficam intertidos e ainda aprendem. Antes de sairmos às ruas dei dicas e orientações de cuidados para jogarem.”
Ferreira diz que “Pokémon Go” é um game social geográfico e é preciso cuidados para jogar com segurança. “Os alunos foram orientados, por exemplo, a sempre jogarem em grupo ou com um adulto, a não atravessarem a rua olhando para o celular e a não pularem muros”, afirma. Outra recomendação repassada pelo professor foi para não jogarem à noite ou perto de locais perigosos, com pouca iluminação ou próximos a rios e córregos.
O professor diz que com a pesquisa de campo, os alunos montaram seus mapas em sala de aula e criaram redações sobre os problemas sociais do bairro, já que andaram e conheceram melhor o local em que moram.
“Além disso, os alunos aprenderam com problemas matemáticos de soma e subtração com o peso e a altura dos pokémons e a história do bairro nos pokestops do game”, afirma.
Sobre a mania “Pokémon Go”, o docente alerta: “Este game é um fenômeno social. Nas praças, shoppings e parques há dezenas, centenas de pessoas jogando, mas tudo o que é demais é ruim. Seja jogar videogame, ler livros, ou usar a internet. Por isso, é preciso saber dosar as atividades.”
Ele afirma que cabe ao adulto orientar as crianças, sejam os pais ou os professores. “No meu caso, o que mais gosto no game é a possibilidade de sair de casa e explorar o ambiente, ensinar e aprender sobre a cidade e conhecer novos lugares e amigos”, diz.