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Com 4 ouros no Rio, Ledecky ‘rejeita’ milhões e nada de graça para estudar em Stanford

Danilo Borges /Brasil2016

Katie Ledecky

O que fazer depois de ganhar quatro medalhas de ouro em uma Olimpíada? Muita gente acaba até perdendo a cabeça com tanta fama, sucesso e dinheiro. Mas Katie Ledecky, o maior fenômeno da natação mundial neste momento, não correrá esse risco. Afinal de contas, a norte-americana deixará o Rio de Janeiro direto para a Universidade de Stanford. E, para isso, até deixou de lado a oportunidade de ganhar muitos milhões de dólares.

Aos 19 anos, Ledecky vai atrás de um sonho um tanto quanto inusitado: fazer um curso universitário. E ela vai usar seu grande dom para isso, com uma bolsa de estudos atlética que a garante um lugar em Stanford.

Até aí, tudo normal, é claro.

Mas, enquanto estiver por lá, Ledecky simplesmente não poderá faturar um dólar sequer com patrocinadores ou competições. Ou seja: o principal nome da natação mundial será o de uma nadadora que sequer será uma profissional.

“Eu estou muito empolgada. Vou voltar para casa em alguns dias e arrumar minhas coisas para ir para o meu dormitório. Vai ser difícil deixar a minha casa, mas estou animada para esse novo capítulo”, disse a menina, que tem apenas 19 anos e já cinco ouros olímpicos – havia ganho uma medalha dourada já em Londres.

A frase chama muito a atenção. Afinal de contas, poderia ter saído da boca de qualquer adolescente, mas saiu de alguém que poderia estar entre os nadadores mais bem pagos do mundo.

O jornal The Chicago Tribune, por exemplo, estimou que Ledecky poderia ter um patrocínio que lhe pagasse algo entre 3 a 5 milhões de dólares por ano. E isso ainda antes dos Jogos do Rio de Janeiro. Com os ouros todos que ganhou, esse valor explodiria de vez.

E isso sem contar no dinheiro que ela poderia estar ganhando simplesmente por vencer as provas que vence e quebrar os recordes que quebra.

O contrato assinado com Stanford, porém, impede que qualquer centavo desse dinheiro caia nas contas dela.

Ledecky, é claro, não necessariamente está precisando deste dinheiro. Afinal de contas, vem de uma família de classe alta nos Estados Unidos – o pai é professor em Harvard e o tio é dono do New York Islanders, do hóquei, só para se ter uma ideia.

Ela, na verdade, nem é a única medalhista olímpica nessa situação. Simone Manuel, por exemplo, levou os 100m livre e também defenderá Stanford. Mas ela está longe de ter a mesma projeção de Ledecky.

“Eu realmente gosto de ser amadora e acho que ser uma nadadora profissional traz uma pressão para a qual eu ainda não estou preparada. Algum dia, quando eu parar de nadar pela universidade, vou querer me profissionalizar. E espero que ainda esteja nadando bem. Por enquanto, estou feliz com a minha vida assim”, disse.

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