Desde o início do ciclo olímpico, a medalha de Arthur Zanetti nas argolas era dada como certa na contagem do Brasil no quadro geral. O que para muitos atletas poderia soar como peso, para Zanetti não fez a menor diferença. Nesta segunda-feira (15), o ginasta mostrou porque carrega tanta expectativa: ele cravou 15.766 e faturou a prata na final olímpica. O campeão foi o grego Eleftherios Petrounias.
“Muita gente acha que só vale ouro. De jeito nenhum!”, comemorou Zanetti. “As pessoas não sabem o quanto o atleta se dedica para chegar até aqui. Estou muito feliz por ter competido em uma Olimpíada em casa e ainda conseguir ser medalhista”.
Na fase classificatória, na semana passada, Zanetti apresentou uma série simples e passou para a decisão com apenas a quinta melhor nota (15.533). Exatamente como ele e seus treinadores estrategicamente queriam, já que dessa forma Zanetti entrou na decisão como o último atleta a realizar o movimento.
Quando o brasileiro subiu ao aparelho nesta segunda, ele já sabia qual deveria ser a sua nota para defender o título olímpico conquistado em Londres 2012: mais do que 16.000, pontuação do grego Eleftherios Petrounias, atual campeão mundial e segundo ginasta a se apresentar na decisão, com uma performance irretocável.
Com uma série de nível de dificuldade maior do que a realizada nas preliminares, Zanetti mostrou muita concentração e realizou perfeitamente todos os movimentos. Porém, somou apenas 15.766, marca insuficiente para fechar a série como líder, mas que lhe garantiu a medalha de prata. O bronze foi para o russo Denis Abliazin, com 15.700.
Em Londres 2012, Zanetti faturou o ouro com a nota 15.900. Questionado sobre qual das suas duas medalhas é mais saborosa, o ginasta não teve dúvida. “A prata em casa vale mais, com certeza! Esta Olimpíada está sendo maravilhosa, e está torcida…Agradeço demais todo o carinho e apoio. Foi incrível. Agora eu só quero férias, estou muito cansado e não paro faz dois anos”, brincou.
Até os Jogos de Londres o Brasil nunca havia conquistado uma medalha na ginástica. Arthur Zanetti quebrou o tabu em 2012 e agora ajudou o País a alcançar a terceira medalha para a modalidade nestas Olimpíadas – no domingo (15), Diego Hypolito e Arthur Nory ficaram com a prata e o bronze, respectivamente, no solo. Com as três conquistas, a ginástica é ao lado do judô o esporte que deu mais medalhas para o Brasil na Rio 2016.