Em imagens, nadadores chegam à Vila Olímpica de forma calma. Nadadores alegaram que foram assaltados por homens armados no Rio.
De acordo com pessoas ligadas ao inquérito, um vídeo divulgado na terça (16) pelo jornal britânico “Dail Mail” aumentou as contradições sobre o relato — como o número de assaltantes e o fato de o celular não ter sido levado. A polícia diz que a linha de investigação pode passar de roubo para falsa comunicação de crime. Por isso, a determinação da Justiça de apreender os passaportes do quarteto.
O caso só foi revelado porque um dos atletas, Ryan Lochte, disse à mãe que tinha sido alvo de um crime. O Comitê Olímpico Internacional (COI) chegou a afirmar que a história não era verdadeira (leia mais abaixo). Depois de entrevistas a meios dos EUA, os nadadores foram convidados a depor sobre o crime.
Brincadeiras na chegada
A entrada na Vila Olímpica, segundo as imagens do circuito interno, ocorre cerca de três horas depois do horário da saída da festa no relato à polícia. O assalto foi no caminho de volta, segundo as declarações de Lochte e Feigen.
Ao analisar as imagens, os investigadores estranharam o fato de os atletas terem chegado aparentemente calmos ao local, que fica na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
Lochte, 12 vezes medalhista olímpico, chega a brincar, batendo com a credencial em Feigen.
Nas declarações dadas à polícia, os nadadores disseram estar tão embriagados que não conseguiam distinguir onde exatamente foram roubados, apesar de terem dito que teria sido na Lagoa. Também afirmaram que não saberiam definir o tipo de táxi que pegaram.
No vídeo da câmera de segurança, os atletas não aparentam estar tão bêbados como afirmaram.
Os investigadores da Polícia do Rio acreditam que, se o caso não tivesse chegado à mídia, os atletas não teriam ido à delegacia. Lá, ainda segundo pessoas que tiveram acesso ao inquérito, apresentaram versões destoantes.
Taxista
Os agentes ainda procuram o motorista do táxi que teria levado os nadadores de uma festa na Casa da França, na Lagoa, à a Vila Olímpica. A polícia tem as imagens do posto de gasolina, onde os atletas pegaram o táxi, e busca registros de câmeras de segurança que ficam no trajeto.
À rede americana NBC, Ryan Lochte contou que estava com outros três nadadores. Segundo ele,homens pararam o táxi, mostraram distintivos e apontaram uma arma para eles. Lochte disse que eles tiveram que deitar no chão. Os suspeitos levaram o dinheiro e a carteira dele, mas deixaram a credencial e o celular.
A polícia estranhou o fato de o celular não ter sido roubado, já que o aparelho também funciona no Brasil.
Na manhã de domingo, o porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que recebeu uma mensagem do comitê dos Estados Unidos dizendo que a história não era verdadeira.
Depois, o Comitê Americano divulgou uma nota afirmando que os atletas foram parados por homens armados, agindo como se fossem policiais, e disse que os quatro nadadores estão colaborando com as investigações.