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Terremoto: “Acordei com a cama balançando”, conta brasileira que vive na Itália

 

Arquivo pessoal

Alessandra Ribeiro conta que acordou com o tremor de terra

A brasileira Alessandra Ribeiro, que mora em Cesenatico, na região de Emília-Romanha, relatou à Agência Brasil os momentos de tensão que passou ao ser acordada de madrugada por causa do terremoto de 6,2 graus de magnitude que atingiu a região central da Itália hoje (24), provocando a morte de ao menos 73 pessoas, de acordo com dados confirmados pelas autoridades.

Apesar de estar a cerca de 150 quilômetros (km) do epicentro do tremor, registrado a 2 km da cidade de Accumoli, Alessandra, de 50 anos, contou que ela e sua família levaram um susto por volta das 3h30 da madrugada, quando acordarem com as camas chacoalhando.

“Acordei com a cama balançando, pois aqui eram 3h36 da manhã de hoje aqui na Itália. Imagino como foi lá na região”, disse ela, que é casada com um italiano e tem dois filhos, de 20 e 17 anos. “Terrível”, foi a palavra que usou para descrever a sensação de despertar em meio ao tremor. Diversas pessoas passaram o resto da noite de pijama nas ruas.

Há 16 anos na Itália, Alessandra disse ter diversas memórias de tremores na região, mas que o desta terça-feira foi um dos mais fortes terremotos de que consegue se lembrar. Ela recordou de como a cidade de Áquila, na mesma região, também ficou destruída em 2009, com a morte de mais de 300 pessoas.

“São casas muito velhas, geralmente feitas com materiais antigos, como pedras e muita coisa antiga, que geralmente não aguentam esse tipo de terremoto. É por isso que a cidade acabou toda”, disse ela sobre as características das construções na região em que mora e, mais especificamente, em referência à Vila de Amatrice, onde houve o maior número de mortes confirmadas até o momento, 35.

Algumas vilas, como Amatrice e Arquata del Tronto, ficaram reduzidas a escombros, praticamente sem nenhuma construção de pé. O alto poder destrutivo do tremor foi atribuído ao fato de seu epicentro ter sido registrado a apenas 4 quilômetros da superfície, numa região montanhosa, em que muitas construções encontram-se assentadas em terrenos inclinados.

Um número ainda não especificado de pessoas continua sob os escombros. Diversas estradas foram obstruídas por pedras, o que dificulta os trabalhos de resgate. Algumas localidades também tiveram suas instalações hospitalares inutilizadas.