Brasileira faz seis gols de costas, defende pênalti, mas se cobra: ‘Podia ser melhor’

Rio 2016Victoria Amorim realiza arremesso de costa em vitória do Brasil no goalball

Victoria Amorim realiza arremesso de costa em vitória do Brasil no goalball

A seleção brasileira feminina de goalball estreou com vitória nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, batendo os Estados Unidos por 7 a 3. Victoria Amorim, de apenas 18 anos, foi autora de seis dos sete gols e ainda defendeu um pênalti, mas, ainda assim, não saiu satisfeita com sua atuação.

“Podia ser melhor, acredito que podia ser bem melhor do que apresentei”, disse a brasileira, para lá de autocrítica. “Mas foram seis gols marcados, fico muito feliz. É uma estreia, então temos que estar muito concentrados. Tem a ansiedade e o frio na barriga que não passa nunca.”

Amorim ficou cega aos 11 anos, em virtude de um atrofia no nervo óptico. Ela conheceu o goalball, modalidade desenvolvida exclusivamente para deficientes, dois anos mais tarde e não imaginava que poderia disputar os Jogos Paralímpicos “em casa” – a atleta é natural de Itaguaí/RJ.

“Até 2014, não tinha essa visão de Rio 20166, estava pensando em Tóquio 2020. Mas chegou para mim essa vaga e, ainda mais na minha Cidade Maravilhosa, com família e amigos torcendo, é uma sensação muito boa, de que estou sendo acolhida e abraçada por todos”, sorriu ela.

Em quadra, a jogadora logo chama a atenção do público. Ao contrário da maioria das atletas da modalidade, ela faz seus arremessos no ataque de costas, com a bola passando entre as pernas.

“A forma do meu ataque foi como aprendi, como me adequei melhor. Não consigo fazer como as meninas, de frente. Não me adequei, não consigo segurar a bola de frente, não consigo correr direito. Estou desde 2012 dessa forma, é uma marca minha”, explicou.

Depois de já ter anotado seis gols, Amorim ainda levantou a torcida na Arena do Futuro ao defender um pênalti da norte-americana Amanda Dennis, em lance que é cobrado com apenas uma atleta de cada equipe em quadra – no goalball, são três jogadores de cada lado.

“Já tinha tomado um de pênalti. Pensei, tenho que pegar esta bola. Prestei muita atenção, avancei até o meio da quadra. ‘Essa bola é minha, não vai passar'”, relembrou a brasileira.

Após a vitória na estreia, o Brasil volta à quadra já nesta sexta-feira, contra o Japão. Na competição feminina do goalball, dez seleções estão divididas em dois grupos, e as quatro melhores avançam para as quartas de final. A decisão acontece no dia 16 de setembro.

Fonte: ESPN

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