De sexo frágil, Cleo Pires não tem nem o cheiro. Aos 33 anos, a libriana de sangue quente está cada vez mais segura de suas escolhas na vida e na carreira. Solteira por opção, ela não depende do outro para ser feliz e diz que, por ora, não há espaço para uma relação a dois.
— Acho gostoso conhecer a pessoa a fundo, seus defeitos, qualidades… Sou muito romântica, mas para chegar nesse ponto tem que valer a pena num nível que eu não sei se chega. A minha vida sozinha, com meu espaço, minhas descobertas de pessoas e de situações, está sendo tão enriquecedora… Para me convencer a ter uma nova aventura a dois, a pessoa vai precisar rebolar — avisa ela.
O companheirismo tem lá o seu valor, mas Cleo não vê vantagem em se amarrar:
— Tenho que ter espaço para as minhas loucuras e fantasias. Gosto de estar junto, de trocar, mas não curto gente se posicionando de forma incisiva na minha vida.
Em dose dupla na TV, com a aventureira Tamara de “Haja coração” e, a partir do dia 20, na pele de Sabrina em “Supermax”, a atriz não se vê confinada. É que a série é uma espécie de “Big Brother”, onde 12 participantes que já cometeram algum crime vão disputar o prêmio de R$ 2 milhões.
— Eu tenho segredos demais para participar de um reality show — dispara.
Nesta entrevista, no entanto, Cleo revela algumas de suas intimidades, sem se preocupar com julgamentos.
EXPOSIÇÃO NA TV
“Quando entrei na Globo, eu avisei que não emendaria novelas, não viveria feliz assim. O meu trabalho é uma extensão das minhas emoções, e para isso existir de uma forma saudável eu preciso dos meus tempos. Quando você está muito na TV, fica exposta de um jeito agressivo. Foi difícil no início. Eu me irritava com tudo. Hoje, lido muito melhor, até porque eu amo trabalhar”.
INTENSA
“Essa tendência ao tudo ou nada eu tenho bastante (igual à Tamara, de “Haja coração’’). Vou sem filtro, sem medir as consequências, mas comecei cedo na vida e acho que aprendi a dosar. Hoje, uso a minha intensidade a meu favor”.
SANGUE QUENTE
“Enfrentar não é despejar no outro, aí é covardia. Eu dou uns gritos, choro e passa”.
LOUCURAS
“Não dou vexame. Eu curto, bebo, brinco, danço, dou cambalhota, faço de tudo, mas sei o que estou fazendo. Não fico dando uma de louca por aí não”.
MULHER DE ATITUDE
“Minha maior inimiga sempre fui eu. Não deixava coisas importantes florescerem por medo do julgamento do outro, de me sentir violentada emocionalmente por ser sensível. Agora estou em paz comigo. Quando coloco a cabeça no travesseiro, eu sei o que quero, e não interessa o que as pessoas pensam”.
MÃE E FILHA
“A gente sempre foi muito amorosa uma com a outra, e também já quebramos muito o pau. Nada físico, porque temos personalidades fortes. Mas o amor sempre foi muito maior. Se eu sinto cheiro de qualquer tipo de negatividade perto dela, eu vou com força total. Eu posso falar mal, você não. A mãe (Gloria Pires) é minha”.
INFÂNCIA
“Eu era solta demais, morava com a minha avó no Recreio, minha mãe trabalhava muito. Apanhei de leve, uns tapinhas de amor, de educação, porque eu falava loucuras para minha mãe, palavrões horríveis. Eu era uma criança sem nenhum tipo de rédea. Quando minha mãe se casou com meu pai, Orlando (Morais), eles me levaram para a vida urbana, em Ipanema. Eu toquei o terror, mas fui acalmando com o tempo (risos)”.
ADOLESCÊNCIA
Eu entrei numa depressão forte aos 12 anos. Comecei a gostar muito de um lado ‘dark’ da vida, eu via beleza nisso. Essa transição é difícil para todo mundo. Tive uns momentos de muita confusão mental, e acho que culminou com aquele boato (de que Gloria teria pego Cleo com o padrasto Orlando Morais na cama, em 1998). Aí a gente se mudou para Los Angeles, eu fiquei sozinha e foi bom. Ler me ajudou muito”.
ADOÇÃO
“Não tenho planos para agora, mas eu quero”.
IR À LUTA POR PAIXÃO
“Eu gosto de jogar com a situação. Às vezes, lutar é justamente abrir mão do ataque, é esperar o momento certo, é observar o oponente. Acho que é um campo de batalha mesmo, no bom sentido. Não é querer sobrepor o outro no amor, mas entender o espaço dele”.
RELAÇÃO ABERTA
“É óbvio que quando você vive mais sozinha do que com alguém, está mais exposta a situações que te levam para outro encantamento, a conhecer outra pessoa. Mas se eu escolho estar com alguém, eu gosto de fidelidade”.
TRANSAR NO PRIMEIRO ENCONTRO
“Quantas vezes você conhece um cara e fala: esse não vai dar para transar na primeira vez, não, porque primeiro ele vai ter que comer aqui na minha mão. E tem outro que naturalmente te entende e a coisa rola a partir daí. É caso a caso”.
SEXO COM AMOR OU CASUAL
“Tem fases que você não quer se envolver, tem medo de se apaixonar, e aí o sexo casual entra lindamente. Mas acho mais incrível quando tem amor, quando tem uma identificação, admiração, uma troca mais transcendental do que só física. É mais rico, mas nem sempre é possível”.
PAQUERA
“Não chego em ninguém. Às vezes, você tem interesse na pessoa, mas não sabe se ela está interessada em você. Vou trabalhando as opções”.
SEXUALIDADE
“Eu sempre fui sexual. Se as pessoas não transassem, não estaríamos aqui. Ou você aprecia, curte e brinca com isso, ou ela pode te dominar porque é uma energia muito forte. Eu estou sempre em contato com ela, não é um tabu para mim”.
RÓTULO DE SEXY
“No início, me incomodou porque eu era muito livre e usava minhas energias como bem entendia. E aí começaram a me rotular. Eu falava: ‘não é só isso, é muito além’. Mas depois comecei a ver que eu estava dando murro em ponta de faca. Eu sei que sou um monte de outras coisas e as pessoas que me interessam também”.
RELAÇÃO COM A ASSESSORA DE IMPRENSA
(Sobre os boatos de que estaria namorando Piny Montoro, sua assessora de imprensa, Cleo dá o recado): “Com as poucas amigas que eu tive, isso aconteceu. Com a Roberta (da escola), todo mundo dizia que a gente tinha um caso, e com a Ildi (Silva) também. Isso não me abala. Minha relação com Piny é um casamento sem sexo”.
ATRAÇÃO POR MULHERES
“Tudo é possível. Eu já me apaixonei por mulheres, não sexualmente, mas de amizade, admiração, amar ter aquela pessoa ao meu lado. Mas tudo pode acontecer”.