Governo investe R$ 19,5 milhões para garantir assistência oncológica qualificada

(Foto: Carla Cleto)
(Foto: Carla Cleto)

A dona de casa Maria Dilma Correia, 65 anos, sempre cuidou da saúde. Certo dia sentiu um nódulo no peito direito crescer e a mudar de forma. Então, resolveu procurar um médico para saber o que estava acontecendo. Ele a examinou e disse que era preciso fazer uma biópsia para obter informações precisas sobre a natureza das lesões e o grau de comprometimento do tecido mamário.

Contudo, o que era para ser a remoção de uma pequena quantidade de tecido para avaliação do câncer, culminou com a retirada total de sua mama direita. Durante o tratamento, ela teve que se submeter a seis sessões de quimioterapia e 28 de radioterapia.

 

Para Maria Dilma Correia, a quimioterapia foi o tratamento mais difícil de ser feito, pois acabava matando as células saudáveis, contribuindo, assim, para a perda de seu cabelo, feridas em sua boca, náuseas, dores e vômitos.

“Embora eu tivesse o apoio da minha família e dos meus amigos, aquela batalha parecia não ter fim. O amor dessas pessoas fez toda a diferença no meu tratamento e na minha vida. Foi muito sofrido e, por mais de uma vez, pensei que iria morrer. Pergunto-me como aguentei tudo isso e só tenho uma resposta: Deus”, diz, em tom de agradecimento.

Mas, com a efetivação do Plano Estadual de Oncologia, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) avança para mudar histórias traumáticas como a vivida pela dona de casa Maria Dilma Correia. Isso porque, após ser elaborado e assinado pelos gestores dos Hospitais do Açúcar, Universitário, Afra Barbosa, Chama e Santa Casa de Maceió, ele irá focar na assistência integral aos portadores de câncer, de forma efetiva, resolutiva e humanizada, por meio do incremento de R$ 19 milhões, que serão divididos entre as unidades que atendem portadores de câncer.

 

Procedimentos

 

Baseado na portaria 140, do Ministério da Saúde (MS), o Plano Estadual de Oncologia assegura que as Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons) e os Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacons) realizem 500 consultas especializadas, 640 exames de ultrassom, 160 endoscopias, 240 colonoscopias e retossigmoidoscopias.

 

Também vai contemplar a oferta de 200 exames de anatomia patológica, além de outros serviços que foram contratualizados, mas que não estão na portaria, a exemplo dos exames de tomografia computadorizada e os de ressonância magnética.

 

De acordo com a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomrska, a efetivação do Plano Estadual de Oncologia irá representar um grande avanço para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) portadores de câncer.

 

“Com a implantação, o atendimento aos milhares de alagoanos acometidos pela doença ganha mais força, por meio de um fluxo bem definido. São cidadãos que pagam impostos e precisam receber atenção integral num momento dramático e doloroso da vida, como o vivenciado ao receber o diagnóstico de câncer”, garantiu a secretária.

Isso porque, segunda a gestora da Saúde estadual, ao suspeitar da doença o paciente passará pela atenção básica do seu município de origem e, só então, será encaminhado para um Cacon ou Unacon – Hospitais do Açúcar, Universitário, Afra Barbosa, Chama e Santa Casa de Maceió. Nestas unidades, evidenciou Rozangela Wyszomirska, o diagnóstico será fechado e, em caso de positividade da doença, o tratamento será iniciado.

Qualidade no Atendimento

 

Segundo Heloísa Bandini, assessora técnica de Atenção Primária e Ações Estratégicas da Sesau, o Plano Estadual de Oncologia vai garantir elevados níveis de qualidade na prestação dos serviços de apoio ao reconhecimento de câncer, proporcionando a redução do tempo de espera por exames de diagnóstico por imagem e por seus respectivos laudos.

 

“O que acontecia antes era o paciente ter uma suspeita e, em seguida, procurar na rede de atendimento os exames para ter o reconhecimento da doença em mãos. No entanto, os usuários esperavam de cinco a seis meses para que o diagnóstico fosse realmente fechado. Hoje, o diagnóstico é concluído em, no máximo, 30 dias”, explica Heloísa Bandini. “Quem tem câncer, tem pressa”, enfatizou a técnica.

 

Os tipos da doença que mais matam alagoanos, de acordo com Bandini, são os de mama, colo de útero, fígado e próstata. Contudo, os mais incidentes entre as mulheres ainda são os cânceres de colo e o de mama, uma vez que é possível rastrear e assegurar o tratamento o mais rápido possível. Quanto aos homens, o fígado vem primeiro e, logo em seguida, o de próstata.

 

Ela frisa ainda que os tipos de cânceres que aparecem em crianças e adolescentes são diferentes dos que acometem os adultos. O mais comum é a leucemia. E, embora existam exceções, os cânceres infantis respondem bem à quimioterapia, que costuma ser bem tolerada pelos pequenos. “Mas, como a quimioterapia tem efeitos de longo prazo, crianças que passam pelo tratamento precisam ter acompanhamento pelo resto da vida”, esclareceu.

Fonte: Agência Alagoas

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