A polícia de Charlotte divulgou neste sábado (24) o vídeo da morte do afro-americano Keith Lamont Scott, de 43 anos, durante um encontro com oficiais do estado da Carolina do Norte.A morte de Scott gerou uma série de manifestações nos Estados Unidos.
As imagens mostram Scott saindo do carro e recuando. Em seguida, a polícia atira quatro vezes em sua direção. No vídeo, é impossível determinar se ele estava armado. Outro vídeo mostra o homem no chão, com os policiais em volta. Também foram publicadas fotos mostrando que Scott tinha uma faca, maconha, e um “holster”, objeto usado para carregar uma arma no tornozelo.
“Não há arma visível”, diz advogado
A família de Scott já havia divulgado um vídeo do incidente, filmado com um celular pela mulher de Scott, Rakeyia, mas as imagens também esclarecem se o homem atingido estava, ou não, armado. Em entrevista à CNN, o advogado da família, Justin Bamberg, disse que no vídeo policial não há uma arma visível nas mãos de Scott, e fica claro que ele recuou quando recebeu os disparos.
O caso gerou indignação e diversas manifestações em Charlotte e outras cidades, o que levou o governador a declarar estado de emergência na cidade. Sob o lema “sem justiça, não há paz”, centenas de pessoas marcharam na sexta-feira à noite, sob forte esquema de segurança, para exigir a divulgação dos vídeos.
Candidatos cancelam visita
Em Charlotte, as autoridades decretaram um toque de recolher que vai de meia-noite até 6h da manhã. O incidente também teve reflexos na campanha eleitoral americana. A prefeita Jennifer Roberts pediu à candidata democrata na corrida pela Casa Branca, Hillary Clinton, e a seu oponente republicano, Donald Trump, que adiassem suas visitas.
O motivo é a impossibilidade de garantir a segurança dos candidatos.”Depois de discutir profundamente com líderes da comunidade, decidimos adiar a viagem de domingo para não afetar os recursos da cidade”, informou sua equipe de campanha da candidata democrata. “Ela planejará a visita para o outro domingo, se as circunstâncias assim permitirem”, acrescentou.