Cerca de 840 mulheres que passaram por mastectomia – remoção de uma ou ambas as mamas – serão atendidas gratuitamente por cirurgiões plásticos para o procedimento de reconstrução mamária. O 2º Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, coordenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), acontece de 24 a 29 de outubro e deve contar com a participação de mais de 800 profissionais da área.
a de 840 mulheres que passaram por mastectomia – remoção de uma ou ambas as mamas – serão atendidas gratuitamente por cirurgiões plásticos para o procedimento de reconstrução mamária. O 2º Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, coordenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), acontece de 24 a 29 de outubro e deve contar com a participação de mais de 800 profissionais da área.
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SBPC, Luciano Chaves, destacou que a reconstrução da mama é parte integrante da proposta de tratamento para o câncer de mama implementada atualmente no Brasil, que envolve o diagnóstico, a cirurgia para retirada de parte da mama ou de toda a mama, a quimioterapia e a radioterapia e, por fim, a plástica reconstrutora. “A reconstrução mamária é um direito garantido em lei”, reforçou.
“O mutirão devolve a essas pacientes a autoestima. Estudos mostram que as mulheres reconstruídas têm menor chance de reincidir no câncer porque essas doenças estão relacionadas à produção de endorfina e ao equilíbrio emocional. Mulheres mastectomizadas são mais deprimidas, mutiladas, tristes. Mulheres reconstruídas retomam seu relacionamento afetivo, encontram um ponto de equilíbrio psicoafetivo e uma melhora do humor e do estado depressivo”, concluiu.
Filas Chaves ressalta que o Brasil registra cerca de 50 mil casos de câncer de mama anualmente. Desses, em torno de 12 mil pacientes morrem após o diagnóstico. Dos outros 38 mil, cerca de 5 mil conseguem fazer a reconstrução mamária pelo convênio ou plano de saúde, enquanto mais de 30 mil mulheres dependem da rede pública para o procedimento.
“Todos os anos, acumulamos aproximadamente entre 25 mil e 27 mil mulheres que ficam sem realizar a reconstrução mamária. O tempo médio de espera de uma mulher brasileira que permanece mastectomizada na rede pública gira em torno de dez anos. Na França, por exemplo, de cada 100 mulheres submetidas a mastectomia, 82 fazem a reconstrução no primeiro ano após o procedimento”, contou.
Segundo Chaves, em 2012, quando foi realizado o 1º Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, 555 pacientes foram operadas no prazo de uma semana, enquanto a rede pública realizou 1.120 cirurgias em um ano. “É um mutirão de logística muito grande. Este ano, um grande facilitador foi a doação de 500 próteses mamárias por parte de uma empresa fabricante. No primeiro ano, dependíamos que as próteses fossem adquiridas pelas secretarias de saúde de cada estado”.
Outubro Rosa
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o tumor na mama é o segundo tipo mais comum de câncer registrado entre mulheres no Brasil e no mundo – atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A doença responde por cerca de 25% dos novos casos de câncer registrados todos os anos.
Considerado relativamente raro antes dos 35 anos, o câncer de mama aumenta sua incidência progressivamente a partir dessa faixa etária – sobretudo após os 50 anos. Apesar dos vários tipos de câncer de mama e da variação na evolução, a maioria dos casos, segundo o órgão, tem bom prognóstico desde que precocemente diagnosticado e tratado.
A estimativa é que cerca de 57.960 novos casos de câncer de mama sejam registrados no Brasil este ano. Em 2013, 14.388 pessoas morreram no País em razão da doença, sendo 14.206 mulheres e 181 homens (o tumor também acomete homens, mas de forma mais rara, representando apenas 1% do total de casos).
Em 2016, a campanha Outubro Rosa tem como tema “Câncer de mama: vamos falar sobre isso?”. O objetivo é fortalecer as recomendações para rastreamento e diagnóstico precoce e desmistificar conceitos relacionados à doença. A data é celebrada anualmente no intuito de compartilhar informações, promover a conscientização e proporcionar maior acesso a serviços de diagnóstico e tratamento, além de contribuir para a redução da mortalidade.